A operação padrão dos auditores-fiscais da completa 25 dias nesta quinta-feira (20). Em Mato Grosso do Sul, a análise detalhada da documentação e vistoria rigorosa dos veículos de carga provoca a formação de uma fila de quase 500 caminhões nas unidades alfandegárias de Corumbá, Mundo Novo e Ponta Porã. 

A operação é uma das ações do Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal) em protesto contra o corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento do órgão para este ano. A medida descumpre o acordo para a regulamentação do pagamento de bônus de produtividade para a categoria e ainda pela falta, desde 2014, de concurso público para a classe. 

Em Mato Grosso do Sul, a situação mais crítica é no Porto Seco de Corumbá (Agesa), o principal corredor de comércio exterior do Brasil com a Bolívia e por onde passam diariamente mais de 200 carretas. 

No fim da tarde desta quarta-feira (19), o pátio do Porto Seco tinha 313 veículos e outros 27 fora, aguardando a abertura de vagas. Em Mundo Novo, na fronteira com o Paraguai, o pátio da aduana também está lotado, com aproximadamente 70 caminhões. 

Na alfândega de Ponta Porã o quadro se repete, mas com números diferentes. Pelo menos 60 caminhões aguardando liberação alfandegária. Os veículos lotam o pátio e ruas próximas. A cidade, inclusive, enfrenta há duas semanas desabastecimento de alguns produtos, como cimento, por exemplo. 

“Mesmo com a situação se agravando, o governo federal, após algumas rodadas de negociação da categoria com vários ministros, não sinaliza com o atendimento da pauta de reivindicações da classe.  Além da operação padrão, auditores-fiscais que ocupavam postos de chefia também entregaram os cargos no fim do ano passado e foi adotada pela categoria a meta zero, ou seja, ações e fiscalizações não serão concluídas e projetos operacionais estão paralisados”, diz trecho da nota do sindicato.

Após decisão em assembleia, a categoria não participou na terça-feira (18) da série de manifestações de outras categorias do funcionalismo público federal que ocorreram em todo o país. Pois segundo o Sindifisco Nacional no Mato Grosso do Sul, a categoria não está lutando por reajuste salarial.