Apesar da redução significativa no número de casos confirmados em Campo Grande, as medidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, devem ser constantes, em lugares habitados e, principalmente, em terrenos baldios e imóveis desocupados. 

É comum encontrar terrenos, que geralmente são abertos, pelos bairros da Capital. Esses locais oferecem condições para proliferação de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti. Moradora do Coophasul, que prefere não ser identificada, vive um pesadelo com um terreno cheio de mato ao lado de casa. Ela, que é mãe de uma bebê de 10 meses, deve ter cuidado redobrado. Além do perigo das doenças transmitidas pelo mosquito, a criança ainda sofre, pois é alérgica às ferradas do inseto. 

“Tem muito mosquito. Minha bebê é alérgica. O mosquito pica e fica de dar dó. Eu queria que o dono limpasse o terreno”, disse ela ao Jornal Midiamax. O mato alto facilita para o inseto se reproduzir, pois fica mais difícil para os agentes da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) fazerem a vistoria. Por isso, é importante manter os terrenos limpos. 

Perna da bebê alérgica com várias manchas. (Foto: Fala Povo/ Jornal Midiamax)

 

Outros locais que dão dor de cabeça para os vizinhos e agentes são os imóveis abandonados — que, muitas vezes, estão até fechados, impossibilitando a entrada da (Secretaria Municipal de Saúde). Levantamento da pasta aponta que 80% dos focos do mosquito ainda são encontrados dentro das casas.

“É preciso que cada um faça a sua parte. Somente assim conseguiremos nos manter livres da dengue, zika e chikungunya. Não podemos permitir que estas doenças voltem a assolar nossa cidade”, comentou o prefeito Marquinhos Trad, na sexta-feira (17).

Segundo a prefeitura, as ações em imóveis fechados acontecem dentro da rotina dos agentes de combate de endemias. É feita a notificação aos proprietários para que regularizem a situação de seus terrenos, com a finalidade de exterminar focos e criadouros do mosquito.

Porém, quando não há um retorno por parte do dono, a CCEV entra em ação no imóvel com o apoio de chaveiros, GCM (Guarda Civil Metropolitana) e outras entidades, sendo de responsabilidade do dono do local arcar com os custos.

Como denunciar?

A prefeitura tem o Disque-dengue para tornar mais fácil o recebimento de denúncias sobre locais caracterizados como possíveis focos do mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. O serviço conta com o número para atendimento de ligações (67) 2020-2074 e o WhatsApp (67) 99230-2359. O horário de atendimento é de segunda a sexta das 7h às 11h e de 13h às 17h.

Pelo aplicativo é possível que qualquer pessoa envie fotos e vídeos, que serão consideradas provas documentais e servirão de auxílio ao Poder Público. A pessoa que fizer a denúncia deverá informar o endereço onde se localiza o possível foco do mosquito, sem necessidade de se identificar.

Dengue na Capital 

Na Capital, o número de casos confirmados de dengue em 2021 foi 97% menor que em 2020, ano em que houve a segunda seguida do vírus. Entre janeiro e 7 de dezembro, foram confirmados apenas 394 casos da doença, o menor número de toda a série histórica, iniciada em 2015. O total de casos suspeitos também apresentou uma redução significativa, sendo 76% menor que no ano anterior, quando foram 20.198 notificações.

Conforme a Sesau, as ações de combate ao mosquito acontecem rotineiramente, principalmente nas regiões onde há um alto índice de infestação. As áreas mais críticas são as da USF Iracy Coelho e da UBS Pioneira, ambas com IPP (Índice de Infestação Predial) de 5,7%, seguidas da USF Silvia Regina, 5,4% e da USF Vila Corumbá, 4,8%. O índice é considerado crítico quando ultrapassa 3,9%. Outros 31 bairros estão em situação de alerta, com índice de 1 a 3,9%, e 36 apresentam índices satisfatórios, abaixo de 1%.