Doenças respiratórias lotam prontos-socorros de hospitais particulares e UPAs de Campo Grande
Doenças respiratórias causadas pela ‘virada’ no tempo podem ter levado mais crianças ao hospital
Mariane Chianezi –
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Os prontos-socorros de hospitais e atendimentos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) têm passado por superlotação de pacientes pediátricos no último mês em Campo Grande. A estimativa é que a demanda de crianças com doenças respiratórias mais que dobrou e atendimento precisou ser reforçado.
Através do canal de comunicação com os leitores, o Jornal Midiamax tem recebido diversas reclamações de unidades lotadas, tanto na rede pública, quanto na rede particular de Saúde.
Na terça-feira (24), inúmeras reclamações reportavam a superlotação de crianças aguardando por atendimento nas UPAs Universitário, Vila Almeida e Coronel Antonino, a última, visitada pela equipe de reportagem.
“Muitas crianças precisando de atendimento e demoram demais para atender. Estou com meu filho de 5 anos com vômitos, diarreia. Ele não está bem e não quer comer praticamente nada. Quando precisamos de atendimento, os médicos ficam numa enrolação”, é a reclamação de uma moradora, que buscou atendimento na unidade do bairro Universitário.
Na Vila Almeida, uma leitora relatou que aguardava atendimento com o seu bebê, com febre, em uma fila com cerca de 50 crianças também esperando para serem atendidas.
Outra moradora relatou que a unidade na Coronel Antonino havia paciente aguardando atendimento do lado de fora e muitas crianças preenchiam os espaços junto aos adultos para serem chamados por médico.
“Tinham mais de 100 pessoas na fila de espera, dois clínicos gerais. Vou sair daqui e passar em uma farmácia comprar um remédio para amenizar a dor que estou sentindo”, disse uma paciente ao Jornal Midiamax.
Superlotação: demanda dobrou nas unidades
A explicação para a alta na busca por atendimento seria por conta de doenças respiratórias possivelmente causadas pela ‘virada’ no tempo e também outras patologias, conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Segundo a secretaria, em abril de 2021, houve atendimento de 350 a 400 crianças por dia. Neste ano, o volume de atendimento saltou para 1.200 pacientes pediátricos por dia nas unidades. “E esse quantitativo se manteve até quase o início de maio, caiu um pouco e depois voltou a subir. A grande maioria dos casos são de síndromes respiratórias”, diz Sesau.
Reforço no atendimento
Com a alta na demanda, a secretaria afirmou que realizou a convocação de mais médicos pediatras para reforçar os plantões nas unidades.
“Eventualmente por conta da alta demanda, há esse tempo maior de espera. Nós estamos fazendo o monitoramento desta situação e, havendo necessidade, a Coordenadoria de Urgência aciona uma equipe de apoio para dar suporte na unidade”, disse secretaria por meio de assessoria de imprensa.
No entanto, pontua que atualmente, existe uma carência de profissionais especialistas, como os pediatras, para atendimento da rede pública. “Mesmo assim, o Município ainda concentra um dos maiores números de profissionais proporcionalmente entre as capitais”, relata a assessoria.
Superlotação nos hospitais
Não só a rede pública enfrenta alta concentração de crianças aguardando por atendimento no pronto-socorro. Nos hospitais particulares, há registro, inclusive, de aviso para que leve o filho para atendimento no pediatra da família, caso ele apresente sintomas leves.
“Importante lembrar que os prontos atendimentos são voltados para atender casos de pacientes mais graves”, alerta hospital da Unimed em postagem nas redes sociais.
A Cassems disse em nota que o atendimento aumentou 100% no pronto-socorro pediátrico e que, por isso, o tempo de espera no atendimento também cresceu.
“A Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) informa que, nos últimos dias, houve o aumento de pacientes pediátricos na Unidade Hospitalar de Campo Grande. Nesse período, o hospital teve um acréscimo de mais de 100% no número de atendimento no Pronto Atendimento Infantil. Por esse motivo, é possível que o tempo de espera para atendimento seja um pouco mais longo”, disse em nota.
O hospital segue o chamado Protocolo de Manchester, no qual os pacientes são atendidos de acordo com a gravidade de cada caso.
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