Enfermeiros protestam contra suspensão do piso salarial em Campo Grande

Decisão afeta cerca de 29 mil enfermeiros em Mato Grosso do Sul

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Protesto enfermagem
Grupo se reuniu na noite desta segunda

Um grupo de aproximadamente 150 enfermeiros realizam um protesto na noite desta segunda-feira (5), em Campo Grande. Os profissionais se manifestam contra a decisão do ministro Luís Roberto Barroso do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender os efeitos da Lei n.14.434/2022, que estabelecia o Piso Salarial da Enfermagem em todo o país.

Os enfermeiros estão reunidos no estacionamento do Parque das Nações Indígenas. Com faixas e bandeiras, eles tentam chamar a atenção dos que passam pelo local para a situação. Vale ressaltar que o movimento não é organizado pelo Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul).

De acordo com o presidente do Siems, Lazáro Santana, o sindicato organiza mobilização para ocorrer na próxima sexta-feira (9), na Praça do Rádio “com as demais entidades de classe, vale ressaltar que nossa mobilização será de âmbito nacional”, explicou.

Decisão afeta 29 mil enfermeiros em MS

A decisão de Barroso afeta mais de 29 mil profissionais de Mato Grosso do Sul. Nacionalmente, o Conselho de Enfermagem tenta reverter a decisão sobre a demanda que é histórica para a categoria.

Em sua alegação, o ministro Barroso defende que o impacto orçamentário da Lei provocaria demissões e falta de leitos médicos. Ele é ainda relator de uma ação da CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde, hospitais e Estabelecimentos de Serviços) que alega que a aplicação do piso é insustentável financeiramente.

O Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) afirma que todos os estudos de impactos orçamentários foram devidamente apresentados e debatidos em todas as esferas e, justamente por ser considerável viável a aplicação, a Lei foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 4 de agosto de 2022.

Em nota, o Cofen afirma que “a decisão do Ministro atende a conveniência pura da classe empresarial, que não quer pagar valores justos aos serviços prestados pela Enfermagem” e ainda defende que a Lei é um “dispositivo constitucional que permitirá lutar para erradicar os salários historicamente miseráveis da categoria e estabelecer condição digna de vida e de trabalho para o maior contingente de profissionais de saúde do país”.

Ações legaisDiante da decisão do STF, a categoria precisa apresentar, no prazo de 60 dias, o estudo do impacto orçamentário para a implementação do Piso Salarial nos serviços de saúde, públicos e privados. Além disso, o Cofen entrou com pedido de amicus curiae na ação e aguarda o deferimento de Barroso. Na prática esse pedido é para que a categoria possa ter voz na ação.

Em Campo Grande, onde há 4.405 enfermeiros, 8.706 técnicos em enfermagem e 1.097 auxiliares, o Sindicato da categoria organiza um protesto geral na sexta-feira (09), a partir das 10h, na praça do Rádio Clube, centro da Capital.

O piso fixado pela lei é de R$ 4.750, para os enfermeiros dos setores público e privado. O valor ainda serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).

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