Empresários que aderiram à ‘greve geral’ incentivam funcionários a se manifestar

Funcionários afirmam que patrões prometeram pagar dia trabalhado, mesmo sem expediente

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Algumas empresas fecharam as portas nesta segunda em Campo Grande (Foto: Thalya Godoy, Midiamax)

Insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais, os empresários de Campo Grande que aderiram a movimento nacional e fecharam as portas nesta segunda-feira (7) têm incentivado os funcionários a comparecer em manifestação que se concentra na Avenida Duque de Caxias, em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste).

O Jornal Midiamax apurou que os estabelecimentos fechados até o momento em Mato Grosso do Sul são em maioria ligados ao agronegócio. No entanto, em Campo Grande alguns comércios de outras áreas também aderiram à manifestação batizada de ‘greve geral’.

Rede de Pax da Capital decidiu paralisar os trabalhos nesta segunda. Em um dos comércios localizados na Avenida Júlio de Castilhos, a reportagem encontrou avisos de que não haverá expediente hoje. “Empresa encontra-se fechada porque aderiu à greve nacional”, informa o cartaz.

Ao Midiamax, um dos funcionários da empresa disse que os patrões incentivaram os trabalhadores a participar dos atos de manifestação na Avenida Duque de Caxias. Mas o funcionário afirma que “quem não quiser pode ficar em casa”.

A reportagem também apurou que empresários de vários estabelecimentos, mesmo com as portas fechadas, afirmaram aos trabalhadores que manterão o pagamento do dia trabalhado, ou seja, os funcionários receberão mesmo sem cumprir expediente.

Movimento sem liderança, a ‘greve geral’ também mobiliza empresários no interior de Mato Grosso do Sul. Ainda não há balanço de quantos estabelecimentos estão fechados, mas listas que contam com centenas de comércios são compartilhadas nas redes sociais e indicam grande adesão de empresários, principalmente ligados ao agronegócio.

Instituições do agro lideram paralisação em MS

Instituições como a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de MS) e a Fundação MS divulgaram em suas redes sociais que não haverá expediente hoje em “apoio às manifestações pacíficas e ordeiras que estão ocorrendo em todo o Brasil”.

Sindicatos rurais seguem a decisão das federações e associações e também interromperam os atendimentos nesta segunda em algumas cidades de Mato Grosso do Sul, como é o caso de Naviraí e Coxim.

Empresários do setor agropecuário também decidiram fechar as portas nesta segunda. Empresas de todo o Estado divulgaram no fim de semana que irão aderir à “greve geral”, como os manifestantes têm chamado a paralisação.

Protestos em Campo Grande se concentram na Duque de Caxias

Em Campo Grande, as manifestações de insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial se concentram na Avenida Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Oeste, pelo oitavo dia seguido.

Neste domingo (6), os atos se intensificaram à tarde e quem protestava no local convocava empresários a aderir à “greve geral”.

Na manhã desta segunda, apenas uma pista da avenida estava liberada para o tráfego, que seguia lento. No canteiro central da avenida, há barracas e caminhões, mas não havia manifestantes fazendo bandeiraço no momento em que a reportagem foi ao local, por volta das 7 horas.

Grades foram instaladas em pontos próximos da entrada do CMO e barracas de acampamento que estavam nos locais até a tarde de domingo, foram retiradas e se concentram no canteiro da via.

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