Cresce o número de notificações do superfungo Candida auris no Brasil. Foram confirmados 36 casos em Recife, Pernambuco, distribuído em dois hospitais, de acordo com o Diário de Pernambuco. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no início do ano, informou em boletim que o país vive o terceiro surto do fungo, com os primeiros casos no estado citado.

Por enquanto, em Campo Grande ainda não há nenhuma notificação de caso suspeito de Candida auris, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). O secretário Flavio Britto, da SES (Secretaria Estadual de Saúde) também afirmou que não há notícias em Mato Grosso do Sul sobre notificações.

Segundo a biomédica Marcela Lemos, a infecção do superfungo é mais comum em pessoas que permanecem internadas no hospital por longos períodos e possuem sistema imunológico comprometido, o que favorece a presença do fungo na corrente sanguínea.

“Esse fungo foi primeiramente identificado no ouvido, no entanto também pode estar relacionado com infecções urinárias e do sistema respiratório, podendo ser confundido com outros microrganismos. Apesar disso, ainda não é muito bem esclarecido se o foco da infecção por Candida auris pode realmente ser o pulmão ou o sistema urinário, ou se o fungo surge nesses sistemas como consequência de infecção em outro local o organismo”.

O infectologista Rodrigo Coêlho explica que a cândida é um fungo que faz parte da microbiota, da flora humana, entretanto, ele ganha resistência quando contraído em ambientes de saúde. Sendo um microrganismo, o fungo depende de matéria orgânica, por isso por colonizar e infectar animais, humanos e vegetais.

“Ele é contraído a partir do contato direto com materiais contaminados, veículos transportadores. Isso pode ser facilitado com a baixa imunidade e por intermédio dos diversos dispositivos invasivos que o paciente se submete durante uma intervenção”, pontua.

Onde o superfungo pode ser contraído?

Microrganismos resistentes podem ser contraídos em ambientes de saúde, como postos de atendimento e hospitais. O especialista ressalta que pode ser contraído, principalmente, por dispositivos de corrente sanguínea, como agulhas e seringas. Um paciente também pode ser infectado por sondas vesicais, utensílios hospitalares contaminados e até as mãos dos profissionais de saúde podem contribuir muito nessa disseminação.

Sintomas

O paciente pode ser infectado e apresentar pouco ou nenhum sintoma, dependendo dos casos, pode sentir:

  • febre;
  • hipotensão [pressão baixa];
  •  taquicardia [aumento da frequência cardíaca]
  • choque séptico [falência múltipla dos órgãos].

Tratamento

O tratamento da Candida auris requer tempo e tratamento intenso com antifúngicos potentes definidos pela equipe médica do atendimento, de acordo com a gravidade, condições de comorbidades ou perfil do paciente.

Quando mais antecedência no diagnóstico e tratamento, evita que o fungo se espalhe pela corrente sanguínea, o que pode levar a morte do paciente.

“A prevenção consiste nos cuidados de controle da infecção hospitalar. Os pacientes imunocomprometidos são os mais suscetíveis, como com HIV, diversos tipos de câncer, e usuários de corticoide”.