Pular para o conteúdo
Cotidiano

Defensoria cria protocolo de atendimento a filhos de vítimas de feminicídio

Projeto piloto de iniciativa da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul junto com a administração de Campo Grande, criou um protocolo de atendimento e acompanhamento das vítimas secundárias da violência contra a mulher, no caso filhos que tiveram as mães vítimas de feminicídio. De acordo com a Defensoria, em 2019, pouco antes da pandemia, … Continued
Diego Alves -
Equipes da Defensoria em reunião (divulgação)

Projeto piloto de iniciativa da de junto com a administração de , criou um protocolo de atendimento e acompanhamento das vítimas secundárias da violência contra a mulher, no caso filhos que tiveram as mães vítimas de .

De acordo com a Defensoria, em 2019, pouco antes da pandemia, foi observado que muitas mulheres vítima de tentativa ou feminicídio, tinham filhas e filhos. Durante a defesa das famílias, a equipe psicossocial da instituição encontrava dificuldade para encaminhar as crianças e adolescentes aos serviços públicos de acompanhamento, pelo fato de não existir um direcionamento específico a estes casos.

O Nudeca (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança) e o Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher) da Defensoria então abriram um procedimento de apuração preliminar devido a ausência ou eventuais falhas na prestação do serviço de acompanhamento psicológico às filhas e filhos de mulheres vítimas.

Ainda segundo a Defensoria, em 2020, o procedimento confirmou a existência de um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Infanto Juvenil, porém, por receber assistidas e assistidos de todas as unidades de saúde, com diferentes tipos de doenças, casos e complexidades, a demanda não era atendida de forma satisfatória por falta de vagas.

Em 2021, a Defensoria convidou órgãos responsáveis pela temática para a primeira reunião ampliada. Na ocasião, Nudeca e Nudem propuseram uma forma de garantir acesso a tratamento psicológico com escuta especializada para a não revitimização dessas crianças e adolescentes.

“A finalidade foi assegurar os direitos dos filhos e filhas que, em sua grande maioria, sofrem graves traumas em decorrência da violência que presenciam em seus lares. Precisamos trabalhar com esse público para ajudá-los a superar. Temos muitos adolescentes que passam por tentativas de suicídios e automutilação, ações causadas por causa da dor vivida pela perda de suas mães de forma tão trágica”, pontua a coordenadora do Nudeca, defensora pública Débora Maria de Souza Paulino.

Motivados pela iniciativa, a rede de saúde do Estado e Município apresentaram um modelo de atendimento para as filhas e filhos de feminicídio, que a saúde poderia absorver. Mas assim como em outras áreas, a pandemia provocou morosidade no andamento do projeto, mas o trabalho de formalizar o fluxo do atendimento não foi paralisado.

capa feminicidio 2

Caso concreto – Após três anos desde a instalação do procedimento de apuração, as coordenações do Nudem e Nudeca se juntaram aos parceiros, em maio de 2022, para o estudo de um caso concreto. No início, a Defensoria Pública teve dificuldade em localizar essas crianças, mas com uma busca manual de processos e apoio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), as famílias foram identificadas.

“Será um protocolo de atendimento na rede municipal. Neste estudo de caso, participam representantes das Secretarias de Saúde, de Assistência Social, e de Educação do município, inclusive técnicos que atuam no território da criança. Todos muito comprometidos”, explica a coordenadora do Nudem, defensora pública Thais Dominato.

O protocolo irá funcionar em rede, pontua a coordenadora do Nudem. A intenção é que, toda vez que tiver um caso de feminicídio, a delegacia informe a Defensoria e a Saúde do município para que seja realiza uma busca ativa. “Identificamos os gargalos e estamos avaliando o que está dando certo nesse tipo de atendimento da criança e o que falta”, frisa.

10 feminicídios em 2 meses – Em vigor desde 2015 e completando sete anos em 2022, a Lei do Feminicídio (13.104) não impede que mulheres sul-mato-grossenses continuem sendo mortas.

Em 2021, as 34 mortes registradas em MS coloram o Estado em 3º lugar no ranking nacional, conforme o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Já em 2022, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 10 mulheres foram vítimas de feminicídio em apenas dois meses.
O número já corresponde a quase 30% do total de 2021, quando 34 mulheres foram assassinadas por seus companheiros ou pelo simples fato de serem mulheres.

Avanços – No penúltimo feminicídio na Capital, a Defensoria Pública de MS conseguiu fazer contato com os familiares que ficaram com uma das crianças, de 1 ano e 8 meses, e já fez o atendimento cível da guarda do bebê. Ele também já está recebendo acompanhamento no Caps Infantil.

Sobre o último caso de feminicídio registrado em Campo Grande, a Defensoria entrou em contato com a família para encaminhar cinco crianças, filhos e filhas, da mulher assassinada. Os familiares pediram um tempo, pois estão se reorganizando.

De acordo com a coordenadora do Nudem, o protocolo de atendimento, deverá ser colocado em prática em Campo Grande, mas o objetivo é que se estenda para todo o Mato Grosso do Sul. “Queremos demonstrar que, além do nosso atendimento jurídico, somente a rede que conversa e compartilha cuidados consegue ser efetiva. Nesse grupo de estudo de caso concreto estão os técnicos que atuam no território da criança. Depois queremos apresentar o protocolo para as chefias das secretarias e município, para no futuro próximo, possivelmente, fazermos um acordo de cooperação com o município”, explica a coordenadora. (Informações da assessoria)

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
mulher celular

Prefeitura oferta cursos de tecnologia e uso de Inteligência Artificial a partir desta segunda-feira

TCE-MS acata recurso e aprova, com ressalvas, contas do ex-prefeito de Japorã

Entregador

Entregador tem orelha dilacerada e artéria rompida após ataque de pit bulls no Jockey Club

VÍDEO: Carro afunda no Rio Paraguai e bombeiros realizam buscas

Notícias mais lidas agora

operação turn off

Turn Off: Justiça cita prejuízo de R$ 12 milhões ao manter bens de ex-servidora bloqueados

Julgamento de PM que matou bioquímico em sala de cinema segue sem data marcada

Entregador

Entregador tem orelha dilacerada e artéria rompida após ataque de pit bulls no Jockey Club

sol seco tempo

Pele, mucosas e respiração: campo-grandenses já relatam efeitos da estiagem na saúde

Últimas Notícias

Polícia

Polícia identifica casal executado por pistoleiros em Coronel Sapucaia

Vítimas foram mortas por vários tiros na noite de sábado

MidiaMAIS

João Gomes dorme em aeroporto e se prepara para show em Campo Grande: ‘Vamo ali’

Cantor do ritmo do piseiro e do forró de vaquejada irá subir ao palco no Parque das Nações Indígenas

Cotidiano

Pesquisa do Procon-MS registra leve queda na gasolina e alta no diesel em Campo Grande

Os dados comparam os preços de julho em relação a junho

Cotidiano

Viu o Toni? Spitz Alemão desaparece e tutora oferece R$ 1 mil de recompensa

O cãozinho desapareceu neste sábado, na região do bairro Marcos Roberto, em Campo Grande