Este domingo (20) marca o fim de uma das estações que mais causa opiniões extremistas ao longo do ano: o verão. Para aqueles que gostam das altas temperaturas, o dia será de despedida e melancolia, já para os que preferem o frio, o domingo será de comemoração, pois o outono começou. A estação que marca a transição entre o calor úmido para o frio seco chega amenizando as temperaturas em Mato Grosso do Sul.

Para muitos, o momento de transição é quase imperceptível e o calor segue reinando no Estado. A reportagem escutou a opinião de alguns moradores de Campo Grande sobre a estação das folhas secas e as respostas eram quase unânimes: o calor continua. Para Leila Rosane, de 52 anos, a queda da temperatura é quase imperceptível e o outono em Mato Grosso do Sul é uma estação de alívio, mas não o bastante para tirar os casacos do armário.

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Na foto, Tomaz Freitas. (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

“Eu sou do Paraná, lá realmente fica frio. Aqui a temperatura dá uma amenizada, mas nada que faça eu esperar o outono com expectativa”, brincou. O mesmo pensamento de Angelita Flores, de 50 anos, que não vê grandes mudanças na temperatura, “continua calor, frio mesmo só no inverno”, disse. “Lá em casa nem pensamos em tirar os casacos ou lavar os cobertores porque o calor continua”, complementou Angelita.

Tomaz Freitas, de 58 anos, também comenta perceber uma pequena diminuição do calor. “Mas só no inverno mesmo que a gente se preocupa com o frio. Por enquanto sem desespero por casacos”, disse. Na contramão dos conterrâneos, Andelaide dos Santos, de 59 anos, afirma já sentir um “friozinho gostoso”, ao menos o suficiente para começar a utilizar blusas de manga comprida. “Nada muito grande, casacos leves, até porque não faz tanto frio aqui”, brincou.

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Na foto, Andelaide dos Santos. (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

A percepção dos moradores é o esperado pelo outono. A estação serve como uma espécie de transição entre o verão e o inverno e a queda das temperaturas ocorre de forma escalonada. O meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Vinícius Sperling, explica que as frentes frias começam mais amenas e vão esfriando com o passar dos meses, chegando em junho com temperaturas mais baixas.

De acordo com a também meteorologista do Cemtec, Valesca Fernandes, as mudanças já podem ser sentidas nesse primeiro dia da estação, por conta de uma pequena frente fria que chegou ao Estado no sábado (19), mas que deve apenas diminuir as temperaturas máximas.

Vinícius explica que as previsões indicam três frentes frias logo no início da estação. “Essa primeira que começou no dia 19, uma segunda entre 25 e 26 de março e outra mais intensa no início de abril que pode derrubar as temperaturas para 12°C nas regiões Sul e Sudeste”, explicou o meteorologista. “É preciso esclarecer que essas previsões, por serem longas, podem mudar conforme ocorram mudanças nas massas de ar”, complementou.

A média climatológica para o trimestre de abril, maio e junho indica variação das chuvas entre 200 e 300 mm em grande parte do Mato Grosso do Sul. Já nas regiões nordeste e noroeste do Estado, as chuvas variam entre 100 e 200 mm e no extremo sul da região sul entre 300 e 400 mm. Neste ano, é prevista uma tendência de que as chuvas fiquem até 50% abaixo da média climatológica no Estado.

De acordo com a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), a previsão indica manutenção da La Ninã até maio, o que deverá influenciar nas condições de tempo no outono. Durante a atuação da La Ninã tende a ocorrer uma maior frequência de massas de ar frio. Após, as previsões indicam uma fase de neutralidade das anomalias da temperatura da superfície do mar no oceano Pacífico Equatorial. Sendo assim, as chuvas devem ficar abaixo da média climatológica devido à atuação da La Niña.

Conforme a previsão, em grande parte do Estado as temperaturas do ar devem ficar dentro da média climatológica. Na região noroeste de MS, há probabilidade que as temperaturas fiquem ligeiramente acima da climatologia. Por outro lado, na região extremo sul, as temperaturas devem ficar ligeiramente abaixo da climatologia.