Audiência debate crise e decisão de indicativo de greve na Santa Casa é ‘arrastada’ para MPE-MS

Sesau e direção do hospital debateram número de atendimentos e crise financeira

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
enfermeiros
Servidores reunidos em frente ao hospital (Foto: Henrique Arakaki)

Foi debatido em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande a crise na Santa Casa de Campo Grande, nesta quarta-feira (21). Entretanto, a discussão apresentou número de pacientes atendidos e o déficit financeiro que o hospital enfrenta nos últimos dias. A decisão de indicativo de greve da enfermagem por reajuste salarial anual se estende para o encontro no MPE-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

De um lado, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apresentava dados de que a regulação continua encaminhando o mesmo número de pacientes ao hospital. Os recursos municipais mensais passaram de R$ 5,4 milhões, em 2017, para R$ 6,2 milhões, em 2022. Os dados indicam redução quantitativa ambulatorial, de 717.007 atendidos para 459.753 até julho deste ano.

Luis Alberto Kamura, superintendente da Gestão Médico-hospitalar da Santa Casa, refutou informando que, nesta quarta-feira, havia 21 pacientes na área vermelha e 50% na verde, com leitos de enfermaria utilizados, além de 43 pacientes aguardando cirurgia ortopédica. “Não estamos retendo maca propositalmente”, disse.

O hospital tem mais de R$ 13 milhões em dívidas. Diretor técnico da unidade, Dr. José Roberto de Souza também pontuou que instabilidade na contratualização entre o município e a Santa Casa tem causado precariedade no atendimento, e poderá resultar em mortes de pacientes que aguardam por procedimentos.

“É um absurdo tentar provar que o SUS é subfinanciado. Precisamos de dinheiro suficiente para tratar as pessoas. Senão ter acordo, vai ter mortes, principalmente das pessoas mais pobres”, afirmou.

A superlotação gerou 280 episódios de retenção de maca do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), só no mês de julho, de acordo com o coordenador do serviço, Ricardo Alves. “Isso causa, em média 5h de duração, o que tem a indisponibilidade de 2 mil horas por mês”.

Diretor da comissão, vereador Professor André Luis (PL) concluiu dizendo que o debate clareou os dois lados, porém não esgota a discussão. A comissão deve continuar na Casa de Leis, não surtindo posicionamento para nenhum dos lados.

Indicativo de greve

Após a audiência pública, os trabalhadores retornam para a Santa Casa para depois irem até ao MPMS, onde haverá uma nova discussão, a partir das 14 horas, entre os funcionários, hospital e a Prefeitura. “Hoje tem que sair algum resultado, senão teremos que votar indicativo de greve”, prevê Lázaro.

A Santa Casa informou que irá se posicionar após as assembleias de hoje.

Conteúdos relacionados

chuva