Em protesto por reajuste, 30% dos enfermeiros da Santa Casa cruzam os braços
Categoria prometia paralisar 50% do efetivo
Thalya Godoy, Karina Campos –
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A promessa de paralisação das atividades de metade dos funcionários da Santa Casa nesta quarta-feira (21) não se efetivou devido a uma ordem judicial enviada ao Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), às 23 horas de ontem (20), por meio do sindicato patronal, o Sindesul (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul).
De acordo com o presidente do Siems, Lázaro Santana, a decisão determina a suspensão da paralisação por 24 horas, o que transformou as ações de hoje em uma mobilização da categoria para continuar a pressionar em prol do reajuste anual de salários, em continuidade ao protesto que foi realizado ontem. “Quem estiver de folga ou de férias, pedimos que se junte nesse apoio”, afirma o presidente.
De acordo com a assessoria da Santa Casa, os atendimentos de hoje funcionarão por escala com 70% do efetivo de enfermagem, semelhante ao modelo de ontem, o que causou transtornos no atendimento e gerou reclamações da população. Na manhã desta quarta-feira, cerca de 50 funcionários estão mobilizados em frente ao hospital.
A partir das 11 horas de hoje, cerca de 30% do quadro da Santa Casa participará na Câmara Municipal de Campo Grande de uma audiência pública para discutir a contratualização entre o município e o hospital. Foi fretado um ônibus para levar os funcionários.
Após a audiência pública, os trabalhadores retornam para a Santa Casa para depois irem até ao MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), em que haverá uma nova discussão, a partir das 14 horas, entre os funcionários, hospital e a Prefeitura. “Hoje tem que sair algum resultado, senão teremos que votar indicativo de greve”, prevê Lázaro.
A Santa Casa informou que irá se posicionar após as assembleias de hoje.
Protestos
Os enfermeiros protestaram na última terça-feira (20) em busca de valorização salarial, em frente à Santa Casa de Campo Grande. A categoria pede reajuste anual nos salários e o restabelecimento do piso salarial suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os protestantes uniram outros trabalhadores, da cozinha, limpeza e outros setores de saúde, que se concentraram em frente ao hospital e seguiram em passeata na Rua Eduardo Santos Pereira, na Rua 13 de Maio, Avenida Afonso Pena e em frente à prefeitura, para tentar diálogo com a Prefeitura Municipal.
Após a passeata, os líderes sindicais se reuniram com a Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, e o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho, em que foi afirmado que já foram feitos aportes financeiros para a Santa Casa e que a contratualização está vigente.
De acordo com a prefeita, o contrato mensal com a Santa Casa passou de R$ 23 milhões para R$ 28 milhões, o que seria suficiente para pagar o reajuste de salário dos funcionários estimado em R$ 1,8 milhão.
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