Após paralisação nas atividades nesta sexta-feira (25), os professores já têm data para repor a aula. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) determinou que professores reponham aula no dia 3 de dezembro, sábado.

“Diante da decisão dos professores da educação pública municipal em realizar paralisação nesta sexta-feira (25), e em coerência com a garantia de reposição do dia paralisado, respeitando a legislação em vigor quanto à carga horária do aluno – 200 dias letivos e 800 h/a -, fica estabelecida a referida reposição no dia 3 de dezembro (sábado)”, diz nota.

A reposição será na unidade escolar de lotação, no horário regular de aula nos períodos matutino, vespertino e noturno nas escolas de ensino fundamental e EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil).

“Em respeito aos mais de 108 mil alunos das 205 unidades escolares da Rede Municipal de Ensino (Reme), a Secretaria seguirá atuando da melhor forma possível para que a população, em especial os alunos, tenha a seu dispor serviços alinhados às suas reais necessidades e, em estrito cumprimento a legislação”, disse em nota.

Professores mantêm paralisação

Após quase 2 horas reunidos com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) nesta manhã, professores da rede municipal de Campo Grande mantêm a paralisação iniciada nesta sexta-feira (25) e irão analisar a proposta do município em assembleia marcada para a tarde. O trânsito da Avenida Afonso Pena, que ficou bloqueado por duas quadras, começa a ser liberado pelos manifestantes.

Os professores exigem que o município cumpra com a “herança” deixada pelo então prefeito Marquinhos Trad (PSD), que prometeu reajuste salarial para a categoria antes de deixar o comando da prefeitura. Em março deste ano, foi acordada entre a ACP e o município a proposta de reajuste escalonado de 67% até 2024.

O escalonamento seria da seguinte forma: 10,06% retroativo a fevereiro, 10,39% em novembro de 2022; 11,67% em maio/2023; 11,67% em outubro/2023; 11,67% em maio/2024; e 11,67% em outubro/2024.

No entanto, a prefeitura alega dificuldades financeiras para seguir com o acordo. Nesta semana, em outra reunião com a categoria, a prefeita Adriane Lopes assegurou reajuste de 4,78% para os professores, mas a proposta não agradou a categoria, que decidiu cruzar os braços em protesto nesta sexta.

A ACP estima que, para o pagamento do reajuste, seriam necessários algo em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões. Como alternativa, menciona que os R$ 70 milhões de verba do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) poderiam ser usados. 

Presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos profissionais da Educação), Lucílio Nobre não detalhou os pontos da nova proposta da prefeitura, mas adiantou que o que foi proposto “não contempla a categoria”.