Após morte de bebê afogado em banheira em Campo Grande, saiba cuidados para evitar tragédias

Nesta semana, uma criança de 29 dias morreu afogada em uma banheira

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Unidades de resgate durante a ocorrência (Foto: Henrique Arakaki / Jornal Midiamax)

A morte de um bebê de 29 dias esta semana, afogado na banheira, após a mãe desmaiar durante o banho, em Campo Grande, levantou preocupação de pais sobre os primeiros cuidados. Mas afinal, que tipo de ajuda uma mãe que acabou de ter um filho deve receber para evitar tragédias como essa? O Jornal Midiamax ouviu uma médica para elencar medidas de prevenção e cuidado.

A ginecologista-obstetra e especialista em reprodução humana assistida, Suely de Souza Resende, explica que casos como esse não são muito comuns, mas podem acontecer com qualquer mulher, seja ela portadora de comorbidades ou não.

“Nos primeiros meses de vida, o bebê exige muito da mãe, independente de ter ou não comorbidades”, explica. Segundo a especialista, a mãe acorda várias vezes para dar mamar, há muito degaste depois do parto, passa várias horas acordada, não dorme direito e a alimentação fica debilitada. Esses fatores já predispõem a mulher ao mal-estar.

A especialista reforça que, após o nascimento, a mulher e a criança precisam de cuidados redobrados nos três primeiros meses. “A mulher precisa de cuidados. Para dar certo, a gente precisa ter sempre alguém com ela, para dar um suporte. Geralmente quem tem esse papel é a sogra ou tia.  Ela não deve ficar sozinha, principalmente se for a primeira gravidez, todo mundo pode ter um mal súbito”, explicou.

Médica Suely de Souza Resende (Foto: Arquivo Pessoal)

Os familiares desempenham um papel fundamental nesse começo e ajudar nas tarefas da casa é imprescindível. “Um bebê afoga em um balde de limpeza na casa. É importante que uma pessoa esteja ali para ajudar e evitar isso, mas não para ficar olhando o celular”, detalhou.  

Medidas de prevenção

  • Nesses primeiros dias, a família deve ir para ajudar em serviços domésticos: lavar a roupa da criança, ajudar a fazer curativos e comida.
  • No banho, não deixar a mãe sozinha e verificar se ela está enfraquecida ou se sentindo bem.
  • Também devem ficar atentos à quantidade da água, às vezes, enchem demais a banheira sem necessidade. Procure a orientação do pediatra.
  • Algumas mães dormem com o bebê. Às vezes, estão cansadas e acabam rolando por cima da criança. O ideal é deixar a criança no berço.
  • Se for uma situação de depressão, a família pode ajudar estando por perto e dando apoio. Além disso, devem procurar atendimento especializado, que também é oferecido pela saúde pública.  

Mas e se não tem família por perto?

Alguns casais não têm parentes ou familiares na mesma cidade. Nesses casos, a doutora explica que o ideal é esperar o cônjuge chegar em casa, para aí dar o banho na criança. “Se não tem alguém que possa ajudar no banho, faça a limpeza do bebê com lenço umedecido e espere alguém chegar em casa para ajudar. Coloque a criança no berço e aguarde. O ideal é nunca ficar sozinha, com comorbidades ou não, a mãe pode estar bem e de repente ter um mal súbito.

O Caso

Um bebê de 29 dias morreu nesta segunda-feira (21), ao se afogar em um banheira, depois que a mãe desmaiou enquanto dava banho na criança. O caso aconteceu em Campo Grande, no bairro Parque do Lageado.

Ela estaria dando banho nele por volta das 10h40, quando teria passado mal e desmaiado. A mulher tem diabetes. A criança ficou submersa, mas a mãe não soube relatar por quanto tempo. Os Bombeiros foram acionados para o local, assim como o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Foi feita a tentativa de reanimação por cerca de 40 minutos, mas o bebê não resistiu e morreu. A mãe estava sozinha na casa quando passou mal.

A mãe da criança ficou em estado de choque e a tia do bebê chegou ao local pouco tempo depois do ocorrido. O neném se chamava Fernando e era filho único da mulher.

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