‘Vacinas Já’: motoristas de ônibus pedem inclusão na imunização e planejam manifestação na segunda

Organizados pelo sindicato da categoria, trabalhadores usarão adesivos no braço direito para simbolizar a causa

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Motoristas de ônibus que atuam no transporte público de Campo Grande se mobilizam para sensibilizar o município a fim de que sejam inseridos nos grupos prioritários da campanha de imunização contra a Covid-19. Para chamar atenção ao pedido, os trabalhadores farão manifestação silenciosa e pacífica durante os turnos de trabalho e usarão um adesivo no braço direito pedindo “Vacinas Já”, nesta segunda-feira (12).

Segundo William Alves, diretor-financeiro do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), o uso dos adesivos é uma “briga pacífica” da categoria a fim de conclamar a população e alertar as autoridades sobre os riscos enfrentados pela categoria.

“O transporte coletivo carrega todo mundo. Gente da saúde, da segurança, da educação, toda a população. [Motoristas de ônibus] estão expostos o tempo todo! São milhares de pessoas por dia”, destaca o diretor. “Somos em torno de 1.400 funcionários. Não paramos em nenhum momento”, detalha. 

A manifestação organizada para esta segunda-feira é decorrente do silêncio do poder público acerca de requerimento protocolado na Prefeitura de Campo Grande no dia 11 de janeiro. O ofício requereu o inclusão à Prefeitura e Sesau (Secretaria Municipal de Sáude) dos trabalhadores na lista de prioridades, devido à inegável exposição a que estão submentidos. Segundo Alvez, no entanto, não houve resposta até o momento.

Desta vez, o sindicato deverá protocolar mais um documento, que será encaminhado também à Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa e Governo do Estado.

Superlotação

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Ônibus lotado em Campo Grande durante a pandemia | Foto: Fala Povo | Midiamax

A situação do transporte público em Campo Grande é alvo de frequentes reclamações, tanto por parte dos usuários como de motoristas. Isso porque a superlotação dos veículos é frequentemente reportado, mesmo com determinação, por decreto, de lotação máxima de 70% da capacidade.

“[Eles] ficam dentro desses ônibus lotados, vulneráveis a pegar [o vírus] e contaminar seus familhares e também os passageiros”, declara Wandressa Rosa, de 32 anos, esposa de um motorista que está há 14 anos no serviço. “Sabemos que temos um número grande de profissionais contaminados”, alega.

Ação civil pública ingressada após vistoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) questiona judicialmente a superlotação e falta de protocolo de biossegurança nos terminais durante a pandemia.

Na ocasião, relatório listou uma série de irregularidades às quais os trabalhadores estavam sendo submetidos diariamente. Dentre elas, filas com aglomerações sem distanciamento em pontos e terminais; ônibus cheios; falta de fiscais para controlar o distanciamento; falta do uso de máscara por funcionários; passageiros lavando as mãos nos bebedouros dos terminais e falta de fiscalização; falta de sabonete líquido e papel toalha. A ação resultou na condenação aos responsáveis para correção dos problemas, em decisão interlocutória do juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva. Na ocasião, ele destacou o transporte público como meio de mobilidade urbana e em caráter de utilidade pública.

A sentença tem sido alvo de sucessivos recursos.

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