confirmou surtos nos municípios de Dourados, Tacuru, Paranhos e Japorã. A preocupação é que os casos se espalhem em todas as aldeias do Estado. 

Os indígenas foram os primeiros a serem vacinados em , logo no início do ano. “Eles foram imunizados logo no início, quando só tínhamos a Coronavac, mas já está demonstrando que a Coronavac decai, após o sexto mês, a capacidade de resposta do organismo sensivelmente. Advogo, inclusive, a todos os adolescentes indígenas acima de 12 anos e a todos os grupos etários que a gente possa fazer a dose do reforço”, ressaltou Resende. 

A secretária adjunta da SES, Crhistinne Maymone, conversou com o Jornal Midiamax e explicou que a reunião acontece nesta manhã. A SES encaminhou o pedido da dose de reforço na população indígena ao Ministério da Saúde e (Secretaria Especial de Saúde Indígena). 

“É um pleito, tanto nosso quanto dos indígenas, da revacinação. Eles foram os primeiros a serem vacinados e estamos tendo surtos em aldeias, precisamos fazer a revacinação. A posição da SES é que imediatamente se faça a revacinação da população indígena”, explica Maymone. 

Vacinação tardia dos adolescentes indígenas

A responsabilidade pela campanha de imunização nas comunidades indígenas é da esfera federal e autoridades de saúde do Estado citam que a situação poderia ter sido evitada se a campanha tivesse seguido o mesmo ritmo da imunização na população em geral. É importante lembrar que apesar dos indígenas serem grupo prioritário no PNI (Programa Nacional de Imunização), a vacinação dos adolescentes das aldeias começou depois do início da imunização dos jovens não indígenas. A vacinação só começou no início de outubro, enquanto os adolescentes em geral de MS começaram a ser imunizados em agosto. 

“Esse surto poderia ter sido evitado se tivesse iniciado a imunização das comunidades indígenas ao mesmo tempo. Aconteceu muito mais cedo na população não indígena do que na indígena, não foi falta de cobrança à Sesai e Dsei, fizemos vários pedidos e interlocuções, mas tivemos respostas tardias”, disse Resende na live da SES no último dia 29. 

No fim de outubro, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Dourados suspendeu as aulas presenciais nas sete escolas municipais indígenas e na Escola Municipal Aurora, que fica no Parque Alvorada, por medida de prevenção e controle da contaminação contra a Covid-19. 

Covid nas aldeias e testagem em massa

O coronavírus continua se espalhando nas aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul e a situação preocupa as autoridades de saúde. Já foram identificados surtos em aldeias de quatro municípios do Estado: Dourados, Tacuru, Paranhos e Japorã. Como medida para conter o vírus, a SES afirma que coloca equipes, equipamentos e insumos à disposição, para evitar que o surto se espalhe em mais aldeias. O secretário Geraldo Resende reforça que o controle da pandemia é de responsabilidade do Ministério da Saúde, mas aponta que não é hora de discutir sobre o assunto. 

“Não vamos ficar discutindo quem é o responsável. Queremos construir todas as condições para que a gente possa ter o cessar desses surtos, ter a noção exata das dimensões, fazer o rastreamento, monitoramento e testagem em massa da população indígena”, disse Resende. 

Surto na maior reserva indígena de MS

A pandemia do coronavírus segue em escalada crescente nas aldeias de Dourados. Com 89 casos confirmados na maior Reserva Federal de Mato Grosso do Sul, situação coloca autoridades sanitárias em alerta. Com isso, o total de pessoas infectadas chega a 789, conforme dados do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena).

Os números levantados pelo Dsei estão no último boletim do órgão, datado de quinta-feira (5), e também mostram que, desde o início da pandemia até agora, o total de mortes entre os indígenas de Dourados subiu para 16. Esse quadro foi agravado nos últimos dias, uma vez que dos três óbitos registrados pela Prefeitura Municipal, dois são de moradores das aldeias. 

Dentre os polos base da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) existentes em 14 municípios de Mato Grosso do Sul, Dourados lidera o ranking de infectados com 89 casos recentes. Em seguida, aparece Tacuru com 28 e Paranhos com 18.