Devido ao alto risco de contágio por Coronavírus, todas as cidades brasileiras tiveram redução de pessoas em circulação nas ruas e os efeitos dessa diminuição foram notados de diversas maneiras.

O desemprego saltou para 14,6% em setembro de 2020, afetando mais da metade da população com idade para trabalhar. Entre os que se mantiveram empregados, mais de 10 milhões tiveram redução de salário e/ou jornada.

Segundo o Sebrae, 12,3 milhões de negócios e 21,5 milhões de empregos foram e continuam sendo afetados de alguma forma negativa.

Nos primeiros 10 meses de 2020, 171.139 empregos formais foram perdidos, desencadeando diversos outros tipos de problemas como conflitos familiares, divórcios, inadimplemento de alugueis e aumento da busca da assistência judiciária gratuita, a fim de resolver conflitos e sanar dúvidas sobre como funciona a pensão alimentícia, como conseguir obter todos os direitos trabalhistas, como realizar espólio de patrimônio de falecido e outras questões diretamente relacionadas a necessidades urgentes de pessoas comuns.

O setor de serviços recuou 4,7% em janeiro de 2021, em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a pandemia ainda não havia sido anunciada no Brasil, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No comércio, alguns setores foram mais impactados que outros e lojas de malas e de vestidos de festas amargaram queda de 60% nas vendas durante a quarentena e isolamento social, de acordo com pesquisa divulgada pela Stackline.

Um estudo do banco JP Morgan estimou que bares e restaurantes são capazes de suportar, aproximadamente, 16 dias sem receita. No Brasil, a estimativa é menor e segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), isso ficou comprovado logo nos primeiros meses de pandemia.

Enquanto isso, diversos setores se desenvolveram de forma muito superior à prevista para esse período de tempo e os principais, sem sombra de dúvidas, foram os tecnológicos, digitais e de comunicação.

Seja pela imposição do Home Office e das aulas online ou pelas necessidades de compra e venda da sociedade, o uso da aumentou entre 40% e 50% em 2020, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

 

Enfim, Mundo Digital

A última década fez com que frases como “O mundo vai mudar” ou o “Mundo está mudando” virassem um clichê, mas apesar disso, ninguém poderia imaginar que essa mudança ocorreria de uma forma tão abrupta como aconteceu, por conta de uma pandemia global.

O mundo, definitivamente, mudou. E ficou muito mais digital.

O profissional do futuro não é mais alguém que domine tecnologias e comunicação online. Esse é o profissional do presente e para ele, o que não falta são possibilidades de trabalho, inclusive remoto e autônomo.

O ingresso de empresas e lojas físicas no mercado digital fez com que a busca por profissionais capazes de orientar e implementar essas mudanças fosse gigantesca.

Além disso, profissionais dos mais diversos segmentos prestaram atendimento à distância, oferecendo soluções e amparo para crianças, adultos e idosos.

Psicólogos, advogados, contadores, professores, nutricionistas, fisioterapeutas e personal trainners são apenas alguns dos profissionais que têm utilizado vídeo-chamadas para atender seus pacientes e clientes e auxiliá-los no atendimento de suas demandas. 

 

Profissionais de Apoio e Suporte para Mudanças

A demanda por freelancers da área de tecnologia aumentou tanto quanto a busca por profissionais de marketing, gerenciamento de mídias sociais, especialistas em tráfego pago e gerentes de e-commerce com experiência.

Os pequenos empreendedores optaram por contar com a ajuda de profissionais autônomos como um programador ou web design freelancer. A escolha está diretamente relacionada com a facilidade de comunicação direta, de executor para executor, e também pelos custos menores em relação à contratação de grandes empresas de design e T.I, que também tiveram aumento em suas carteiras de clientes – o que acabou por causar o efeito oferta x demanda.

Para impulsionar as vendas e gerenciar o relacionamento com o público, o caminho escolhido pela maioria dos novos negócios online foi a contratação de uma agencia de marketing digital.

Muitos empreendedores ficaram sobrecarregados com a necessidade de realizar mudanças internas, fechamento de lojas físicas, demissões, realocações, alterações em planejamentos de férias de funcionários, contratações e renegociações e ter a tranquilidade de contar com profissionais de uma agência fez com que muitas empresas continuassem vendendo, mesmo em um cenário de incertezas e preocupações.

Além disso, as vendas online envolvem uma organização logística e contábil muito diferente das vendas presenciais e fazer tudo isso sem experiência, não é uma missão fácil.

Apesar de todos os detalhes envolvidos nas operações digitais, pesquisas apontam que mais de 30% dos e-commerces abertos durante a pandemia devem continuar funcionando quando tudo isso passar.

 

E-commerce Mostra Sua Relevância

O comércio fechado não foi um problema apenas para os empresários.

Os consumidores também foram impactados, e muito, em suas rotinas e atividades, muitas vezes dependentes do comércio local.

Apesar dos serviços essenciais continuarem funcionando, muitos autônomos dependiam de produtos de lojas de bairro para desenvolver seus próprios produtos e materiais.

Um exemplo fácil de compreender é das pessoas que estão fabricando máscaras artesanalmente. Para produzir, essas pessoas precisam comprar tecidos, elástico, linha e outras matérias-primas. Se as lojas estão fechadas ou se há restrição de horários e circulação, a busca por uma solução mais simples pode conduzi-las ao e-commerce e ele, por sua vez, não tem decepcionado.

A migração do presencial para o virtual fez com que o e-commerce registrasse altas recordes de faturamento mês a mês e a carteira de cliente de todas as lojas virtuais se expandiu consideravelmente durante a pandemia.

Bruna Bozano, especialista em e-commerce e responsável pela Joias Boz, conta que em 2020 as vendas foram 35% maiores que as projeções para o período e que  joias religiosas e presentes femininos foram as  peças mais vendidas. “Foi possível perceber um aumento na busca de peças como escapulários e medalhas religiosas no período próximo ao Dia das Mães. O movimento foi mudando conforme chegava o Dia dos Namorados, onde as peças mais procuradas eram itens românticos, como o colar de coração. Embora o aumento fosse esperado para a data, o número de atendimentos online e vendas foi superior ao imaginado .” – Declara.

Em 2019, as compras online já eram uma realidade para 44% dos brasileiros.

Em 2020, esse número chegou a 66%, segundo dados divulgados pela Cetic.br, braço de pesquisas do NIC.br em 13 de agosto de 2020.

O e-commerce brasileiro alcançou a marca de R$ 41,92 bilhões em agosto de 2020, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com o Movimento Compre&Confie.

A busca por descontos e vantagens nos pedidos também aumentou. Como muitas novas lojas entraram no mercado, foi necessário criar vantagens e atrativos para os consumidores e nesse aspecto, quem fez a conexão entre sites, benefícios e clientes foram as cuponerias.

A facilidade de uso de cupom desconto fez com que milhões de pessoas aproveitassem as oportunidades de compras pagando até 95% que o preço comumente praticado, beneficiando tanto os e-commerces que geraram empregos e oportunidades durante a crise, quanto os consumidores que, mais do que nunca, buscaram por economia.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de e Consumo, que realizou uma pesquisa com mil consumidores de todo o país, 70% dos consumidores pretendem continuar realizando suas compras digitalmente, mesmo após o fim da pandemia, o que demonstra que, de fato, a possibilidade de realizar compras online facilitou a rotina de grande parcela da população.

Conclusão

É certo que a pandemia causou um impacto violento na sociedade de modo geral e que a vida da maior parte das pessoas se tornou, no mínimo, um pouco mais difícil após a imposição de restrições diversas, além do perigo a que o próprio vírus submete a todos.

Nesse cenário, os serviços digitais foram os recursos que se apresentaram para atender às necessidades que foram surgindo ao longo dos dias.

Do fornecimento de serviços bancários às vendas de supermercado e às reuniões on-line, as empresas de tecnologia, desenvolvimento, comunicação e vendas digitais também prestaram sua colaboração à sociedade e à economia, movimentando empregos nos mais diversos setores e oferecendo a melhor prestação de serviços possível, em um momento em que muitos gostariam de fazer o mesmo, mas foram impedidos.

 

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