Afonso Pena virou rio e viaduto caiu: relembre grandes tempestades que entraram para a história de Campo Grande

Ao longo das décadas, Campo Grande passou por várias situações difíceis após chuva forte

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Dos anos 70 até esta sexta-feira (15)
Dos anos 70 até esta sexta-feira (15)

Os efeitos da tempestade que atingiu Campo Grande na última sexta-feira (15), mas que começou na quinta (14), já entraram para a história. Nunca tantas ocorrências foram registradas pela concessionária de energia, mais de 4 mil chamadas em poucas horas, nunca tantas árvores caíram de uma vez, mais de 250, e nunca tantas pessoas ficaram sem energia por tanto tempo. Até esta segunda-feira (18), há muitos relatos de pessoas sem luz.

Enfim, uma série de fatores vai fazer com que esse momento nunca seja esquecido pelos campo-grandenses. Porém, essa não é a primeira vez que a Capital é atingida fortemente pelos arranjos da natureza. Já aconteceram outros casos e que até hoje pairam na lembrança da população.

Enchentes da década de 70

Rua Maracaju na década de 70 durante forte enchente (Foto: Roberto Higa)

 

Quem passa hoje pela Rua Maracaju nem imagina o drama que era fazer isso num dia de chuva forte 50 anos atrás. Antes da década de 70, a rua era cortada por um córrego, também Maracaju. Às vezes, mesmo uma chuva fraca era capaz de fazê-lo transbordar, já quando chovia forte a rua se transformava em um verdadeiro rio.

Roberto Higa, fotógrafo lendário de Campo Grande, registrou as enchentes mais fortes. Pelas fotografias é possível ter uma ideia do tamanho dos estragos.

A jornalista Neiba Ota postou em seu perfil, em 2020, uma série de fotos antigas que recebeu de presente de um amigo. Em várias dessas imagens, a Maracaju alagada é retratada. Maria Auxiliadora Nana comentou na postagem de Neiba. “Morei na Maracaju próximo onde hoje é o Extra, passamos por muitas enchentes”. Ainda nos anos 70, a Rua Maracaju foi tubulada e o córrego tampado.

Queda do viaduto Ceará

Em 2009, uma imagem assustou os campo-grandenses. Parte do viaduto da Rua Ceará que fica sobre a avenida Ricardo Brandão cedeu com as fortes chuvas. O susto foi imenso.

O caso aconteceu no dia 27 de dezembro de 2009, quando a Capital foi atingida por uma forte tempestade. Uma cratera, com cerca de 10 metros de profundidade e vinte de diâmetro, se abriu na avenida Ceará, que passa sobre o córrego do Prosa.

O estrago foi tamanho que bocas de lobo e calçadas foram tragadas para dentro da cratera. As duas vias, a Ricardo Brandão e a Ceará foram interditadas.

E a chuva não deu trégua. Foram dias seguidos de muita água caindo sobre a cidade. Tanto que, no dia 3 de janeiro de 2010, outro pedaço da rua desmoronou, aumentado a cratera para 45 metros de diâmetro. Só em dezembro de 2010, quase um ano após o desastre, o então prefeito Nelsinho Trad conseguiu entregar a obra de contenção.

Alagamento Via Parque 2012

Avenida Via Parque com a Afonso Pena em 2012 durante alagamento (Foto:Valmir Guarinão/Arquivo Pessoal)

 

Em 25 de janeiro de 2012, mais uma chuva forte alagou a Via Parque e a Avenida Afonso Pena, ponto que sofre até hoje com enchentes. Porém, neste dia em específico, nunca se viu tantos estragos. Por conta da rapidez com que a chuva chegou, muitos carros foram arrastados.

 As obras para conter enchentes já estavam prontas, mas a barragem de contenção não resistiu. Segundo dados meteorológicos da época, choveu 91 milímetros em três horas neste dia. Depois dessa chuva, foi feito um plano diretor de drenagem, mas com estudos só para o córrego Prosa.

Tempestade da última sexta-feira (15)

Céu marrom de poeira na última sexta (15) antes da chuva (Foto: Ranziel Oliveira)

 

Na tarde de sexta-feira (15), forte tempestade com rajadas de vento acima de 100 km/h causou rastro de estragos por toda Campo Grande. Centenas de árvores caíram e mais de 51 bairros ficaram por horas sem energia. Muitos continuam sem luz ainda na manhã desta segunda-feira.

Uma mulher quase foi levada pelo vento na sexta-feira ao lado do Camelódromo de Campo Grande. 

 

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