A queda dos sistemas do Facebook, e WhatsApp, que durou mais de 6 horas na semana passada, pode ter mostrado que as pessoas estão dependentes das em vários aspectos da vida cotidiana. No entanto, em Mato Grosso do Sul, os jovens mais assíduos dessas plataformas se mantiveram conectados mesmo durante a pane, isso porque a ‘superconexão' dele vai além das redes mais tradicionais. 

Nos últimos anos, outras redes sociais que não fazem parte do conglomerado encabeçado por Mark Zuckerberg foram surgindo e ganhando alguns adeptos. , Telegram e Snapchat são algumas das redes da ‘galera', mesmo antes da queda de segunda-feira (4). Contando com a ‘tríade' dos principais aplicativos, são mais de cinco para os superconectados administrarem. 

Por conta dessa múltipla conexão, os jovens não sentiram tanto o impacto da pane das redes de Zuckerberg. “Eu uso o Telegram e o Twitter há bastante tempo, então não fez tanta diferença”, disse a atendente Bianca Arruda, de 20 anos. “No Twitter a gente acaba só zoando as pessoas que precisam dessas outras redes para se comunicar”, revelou ao Jornal Midiamax.

E, de fato, o Twitter bombou com o colapso do Facebook, os servidores até apresentaram instabilidade durante aquela tarde por conta dos acessos. Entre os memes postados pelos tuiteiros estavam aqueles que zombaram da ‘queda' de Zuckerberg' e também os desabafos dos que estavam sofrendo sem o WhatsApp e Instagram. 

Apesar de superconectado, o jovem sul-mato-grossense não saiu ileso do problema global. A estudante Caroline Candelório, de 21 anos, mesmo já usando o Twitter, relatou que sentiu falta ‘muita falta' do WhatsApp. “Toda hora esquecia e abria [o aplicativo] para encaminhar alguma coisa ou mandar uma mensagem”, contou ela à reportagem. Como alternativa, a jovem precisou usar os ‘serviços dinossauros' de ligação e SMS.

Mas também teve uma parcela que comemorou a queda das redes e a desintoxicação forçada. Apesar de usar bastante as três redes sociais que caíram, o estudante Eliakim Dantas, de 25, conseguiu administrar bem a falta delas. “Não migrei para o Telegram e também não fiz ligações ou usei SMS”, disse ele.

“Atrapalhou o WhatsApp por conta da comunicação com as pessoas, mas foi um dia corrido então não senti tanto quanto achei que sentiria”, revelou. Questionado sobre como foi feita a ‘comunicação com as outras pessoas', Eliakim foi direto: “Não aconteceu. Foi até bom”. 

Dependência?

O caos nas redes sociais trouxe à tona muito mais do que a falta de acesso ao WhatsApp, Instagram e Facebook. Se por um lado as pessoas tiveram que passar horas longe de seus conteúdos digitais favoritos, por outro, muitas revelaram o quanto estão dependentes destas ferramentas.

“Se mediante a isso a pessoa pegou no celular para buscar constantemente algo para fazer ou analisou se já havia voltado. Se a pessoa buscou outras redes sociais, isso já serve de alerta para um possível vício. A depender do grau que isso afetou, revela o tamanho do problema”, apontou o neurocientista, Fabiano de Abreu, que monitorou o comportamento das pessoas durante e após a volta das redes. 

Para saber se a pessoa está sofrendo deste vício, o neurocientista cita algumas situações que aconteceram com muitos usuários durante este tempo em que os aplicativos ficaram fora do ar:

  • “Ficou parado olhando para o celular sem saber o que fazer”.
  • “Entrava nos aplicativos constantemente para ver se havia voltado”.
  • “Entrou em aplicativos que não costumava usar e ficou perdido”.
  • “Sentiu agonia”.
  • “Vazio existencial”.
  • “Ficou impaciente e/ou irritado”.
  • “Teve a impressão de receber notificação”.
  • “Alteração de humor”.

“Se você sentiu muitos destes sintomas durante o dia, é bom acender o sinal de alerta”, observa Fabiano, sobre os vícios em tecnologia e redes sociais.