Quase 1 milhão de raios em 48 horas? Saiba como sensores medem descargas elétricas em MS

Der acordo com o Inpe, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo

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Mato Grosso do Sul registrou quase 1 milhão de raios em apenas 48 horas na última tempestade e muitos internautas levantaram a curiosidade sobre como a contagem dos raios são feitas e se é confiável os números. Com sensores de alta precisão no Estado, os raios são contabilizados por um sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Conforme explicou o instituto, a incidência de raios é feita pela rede Brasil DAT Dataset, que é operado pelo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica).

A rede integra dados de mais de 110 sensores de superfície de três diferentes tecnologias espalhados por todo o Brasil. Quando um raio acontece, ele emite ondas eletromagnéticas que se propagam pelo espaço e são captadas pelo sensores de superfície.

“Os dados dos sensores são analisados de modo a obter a informação do momento exato em que ocorreu, local de incidência e a intensidade da corrente”, explicou Inpe.

O instituto explica que a rede BrasilDAT Dataset consegue atingir um nível alto de precisão, mapeando a incidência de descargas com uma resolução de até 1 km, ou seja, é possível saber em qual bairro de uma cidade ocorrem mais raios.

 Em 2020, a BrasilDAT Dataset passou a integrar também os dados de sensores óticos a bordo do satélite geoestacionário GOES melhorando ainda mais as informações de descargas e colocando o Brasil entre os países mais avançados do mundo nas pesquisas sobre raios.   

A Energisa, concessionária que administra a distribuição de energia em MS, disse que conta com uma ferramenta de Alerta de Situação Climática, denominada NetClima, que está presente em todas as unidades da empresa.

“Ela realiza o monitoramento em tempo real de tempestades severas como chuvas intensas, rajadas de vento muito fortes, com abrangência nacional […] Além do sistema de monitoramento, desenvolvido pelo Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em parceria com a Aneel e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o sistema elétrico conta também com equipamentos automatizados, que permitem manobras a distância, diretamente do Centro de Operação da distribuidora, garantindo mais agilidade na recomposição do sistema”, explicou.

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