Esta quinta-feira (1°) é marcada pelo início do Outubro Rosa, dedicado ao diagnóstico do câncer de mama. Em alusão a data, o HCAA (Hospital do Câncer Alfredo Abrão) realizou uma cerimônia em conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer para dar início a uma campanha que oferecerá exames de mamografia gratuitos ao longo do mês.

Entre representantes falando em microfones e posando para fotos, no balcão do bazar da Rede Feminina, está Marlene da Silva, de 60 anos, voluntária há quatro anos, tempo dedicar a ajudar outras mulheres que passam pelas mesmas dores e angustias que ela já passou.

Com um sorriso no rosto, intercalado com momentos de choro, a voluntária conta que o exame precoce foi definitivo para salvar sua vida. “Eu fui diagnosticada em outubro de 2017, ainda no começo. O médico disse que eu tinha um grão de areia na mama, que não era nada, mas precisava ser retirado porque ia se tornar algo grande no futuro”.

O mês que marcou Marlene por descobrir um pequeno nódulo, também foi marcado por ser o mesmo em que ela deu início a sua vida de voluntária. “Eu decidi ser voluntária alguns dias antes de realizar o preventivo, no início era para ser por alguns dias ou semanas e estou aqui até hoje”, comenta.

Em conjunto com as horas dedicadas em apoiar mulheres com câncer, Marlene passou meses realizando tratamentos e travando batalhas diárias. “Após a cirurgia, realizei 16 sessões de radioterapia e então passei a tomar um remédio diário, que vou continuar por alguns anos e então realizarei novos exames para saber como seguir com o tratamento”.

Após vislumbrar um futuro próximo, Marlene relembra do passado e as lagrimas passam a escorrer pelo seu rosto, logo em seguida ela pede desculpas e revela ter dificuldades em segurar a emoção. Dificuldade causada não pela história, mas pela recordação da insegurança causada no início do tratamento.

Marlene afirma não ter sentido o impacto da notícia ao receber o diagnóstico, “a ficha só foi cair quando cheguei em casa”, relembra. A voluntária faz questão de reforçar da importância de contar com ajuda de familiares no momento, “eu contei para todos da família, não escondi de ninguém, só não deixei contar para minha filha porque ela estava gravida e era de risco”.

Após quatro anos realizando os serviços voluntario, ela afirma que o principal fator motivador não é somente aqueles primeiros meses de tratamento, mas sim o amor e carinho que senta das mulheres que passam pelo mesmo que ela passou. “Todo ano eu falo que vou parar, mas eu não consigo, você se apaga as pessoas, as voluntárias, as pacientes, não consigo deixá-las”.

Campanha

O HCAA (Hospital do Câncer Alfredo Abrão) iniciou uma campanha que irá realizar 80 mamografias diárias e gratuitas a partir da próxima segunda-feira (4). A campanha conta com apoio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

De acordo com o Almicar Silva Júnior, presidente do HCAA, serão distribuídas 40 senhas no período da manhã (a partir das 7h) e outras 40 no período da tarde (a partir da 13h). Os atendimentos serão realizados por ordem de chegada, onde será distribuída uma senha.

No local, está a Carreta Sesc Mulher, na missão solidária de multiplicar a prevenção com a queda na realização dos exames preventivos em função da pandemia.

Os exames gratuitos serão feitos a partir de segunda (4) e seguem até o dia 29 de outubro, com exceção dos finais de semana e feriados. As interessadas devem comparecer com RG, CPF e Cartão SUS. Serão 40 mamografias por dia para mulheres de 40 a 65 anos em Campo Grande. O hospital informou que serão distribuídas 20 senhas pela manhã e 20 durante a tarde.

As mulheres de 25 a 64 anos podem fazer o exame papanicolau gratuitamente. Serão 80 exames por dia, com 40 senhas distribuídas pela manhã e 40 senhas durante a tarde. Para fazer o exame, as mulheres não podem estar no período menstrual e precisam estar há 48 horas sem relação sexual. O exame é recomendado somente para quem já iniciou a vida sexual. O Hospital do Câncer fica na rua Marechal Rondon, nº 1053, em Campo Grande.