O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Campo grande identificou exemplares de morcegos infectados com o vírus da raiva em todas as regiões da Capital. A identificação, que integra uma das ações do Centro, é resultado de monitoramento constante das espécies existentes na cidade e faz parte de uma política perene de contenção de zooneses.

Ao Jornal Midiamax,  o setor destacou as orientações para o que fazer ao se deparar com o mamífero em casa, já que pode ser comum a entrada acidental de morcegos em casas e prédios – na cidade, eles se alojam em telhados, forros ou locais com pouca incidência de luz. O alerta é para caso moradores encontrem morcegos caídos no chão, pois é sinal de que o animal pode estar doente.

Todavia, o CCZ destaca que os mamíferos alados são importantes no controle de insetos, na polinização e na dispersão de sementes – por isso, a orientação é não os machucar e sim ligar para o CCZ.

Infectados

Conforme informou à reportagem, em Campo Grande houve casos confirmados de morcegos com o vírus da raiva em todas as regiões do município. As confirmações de casos são referentes aos anos anteriores e 2021 ainda não há registros de morcegos contaminados.

“Se a população perceber algum morcego com comportamento atípico, como estar fora das copas de árvores, dentro das residências durante o dia, ou caídos no chão, devem entrar em contato para que o centro faça o recolhimento deste animal para verificar a possibilidade da presença do vírus da raiva”, orientou.

Caso o morador tenha encontrado um animal caído no chão e o seu pet teve algum contato com o bicho, é necessário informar ao CCZ para que no momento do recolhimento a vacinação contra a raiva seja feita.

“A reforça que morcegos são considerados animais cinantrópicos, desta forma, o convívio com eles é possível e não oferece riscos, a não ser que sejam observados os comportamentos atípicos já citados”, diz secretaria.

Casos registrados no interior de MS

No início do ano, 100 bois apareceram mortos e a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), chegou a emitir alerta na região noroeste de Mato Grosso do Sul, avisando dos riscos de morcegos-vampiros transmissores da raiva.

Em imagem de satélite na época mostrou os pontos que poderiam abrigar possíveis abrigos desses mamíferos, estão 8 dos 10 casos de raiva em bovinos confirmados desde julho de 2020 em Cassilândia e Paranaíba. Todos têm em comum a localização em região de morro (local com grande oferta de possíveis abrigos aos morcegos-vampiros).

Para controlar a situação e até evitar que pessoas sejam contaminadas com a raiva, que não tem cura e pode levar à morte, equipes da chegaram a capturar 505 morcegos transmissores da doença. Ainda, realizaram a vigilância em 589 propriedades rurais e vistoriou cerca de 163 abrigos.

Em Aquidauana, foram confirmados 2 casos de raiva em Aquidauana, sendo 1 na região do CEPA/Camisão em dezembro de 2020 e outro em Cipolândia, em janeiro de 2021 com o relato de 10 animais mortos.