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Cotidiano

‘Estou sem chão’, lamenta idosa de Campo Grande que perdeu marido e mãe para Covid-19 em três dias

Perder um ente querido para a Covid-19 já é difícil, imagine perder dois em menos de três dias. A triste situação aconteceu com a moradora de Campo Grande Maria Emilie da Silva, de 67 anos, que ficou viúva e perdeu a mãe na mesma semana. “Estou sem chão”, lamenta emocionada. A idosa dividia casa com […]
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Perder um ente querido para a já é difícil, imagine perder dois em menos de três dias. A triste situação aconteceu com a moradora de Maria Emilie da Silva, de 67 anos, que ficou viúva e perdeu a mãe na mesma semana. “Estou sem chão”, lamenta emocionada.

A dividia casa com o marido, mãe e um dos dois filhos do casal. Assim, a família se cuidou desde o início da pandemia e permaneceu sem infecção de coronavírus por mais de um ano desde o começo da pandemia. Entretanto, em fevereiro a situação mudou, quando o esposo de Maria pegou Covid-19 e precisou ser internado.

Então, o senhor de 64 anos foi diagnosticado com a doença no Vila Almeida, foi encaminhado para o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) e transferido para o CEM (Centro Especializado Municipal). Ao Jornal Midiamax, a idosa lembra da trajetória do marido com tristeza e emoção. “O primeiro que faleceu foi meu esposo. Ficou internado, tinha quadro muito complicado, com diabetes, hipertensão e não resistiu”, recorda.

Mais de uma perda

Ainda abalada com a perda, a viúva preferiu não identificar os familiares, mas lembra que a morte do marido aconteceu em 9 de março. No entanto, a infelicidade causada pela doença na família não havia acabado. “A minha mãe, faleceu no sábado (13), ela foi para o hospital com quadro de , mas o médico disse que era Covid-19”.

Tomada pela emoção, Maria relembra que a mãe tinha 92 anos. “Ela era bem debilitada, acho que o coraçãozinho dela não aguentou”, diz com a voz trêmula de choro.

“É inexplicável, estou sem chão, perder duas pessoas que a gente ama tanto em menos de três dias. Peço para Deus que me dê muita força. Perder o marido e a mãe, coraçãozinho da gente não aguenta”.

Cuidados em família

Tanto a mãe de Maria, quanto o esposo, ficaram os primeiros dias de infecção na própria casa deles. Com um filho para criar, a viúva preferiu tomar a frente e manter os cuidados dos familiares sozinha.

Enfrentando a dor de ver entes queridos perderem a vida aos poucos, Maria tomou todos os cuidados possíveis para não se infectar. “Tudo que eu dava para eles comerem e beberem era em coisas descartáveis”, além disto, ela fazia a higienização das mãos e ambientes em que eles estavam isolados.

Entretanto, na correria de cuidar sozinha de duas pessoas doentes, Maria acabou esquecendo a máscaras em algumas vezes. “Muitas vezes eu saia do quarto da minha mãe, entrava para ver meu marido e acabava entrando sem a máscara”, lamenta.

Assim, a viúva acabou pegando Covid-19 também. Porém, Maria está assintomática e mantém isolamento social desde o diagnóstico. Cuidando de si mesma, ela garante a saúde do filho, que não foi infectado.

Cuidados extras

Além dos familiares, Maria já perdeu um amigo e acompanha de longe o caso de outro colega que está infectado. Cercada pela tristeza de perder pessoas queridas, a idosa passou a ter ainda mais cuidados.

“Estou tomando muitos cuidados, procuro ficar dentro de casa, se por acaso preciso sair, sempre uso máscaras e volto o mais rápido possível”. Ela destaca que por muitas vezes, precisou colocar a própria saúde em segundo plano, para cuidar da família.

Maria está “tomando mais cuidados do que antes. Antes eu tinha meu marido e minha mãe para cuidar e às vezes esquecia de mim”. Diagnosticada com a doença, ela agradece por apresentar quadro leve e ser assintomática já em isolamento.

“Mas a gente ainda vai fazer mais um exame, queremos fazer para ter mais segurança”, afirma. Isto porque ela e o filho já fizeram um teste, mas Maria quer ter certeza quando estiver curada e ter o alívio do filho sem infecção.

Triste e abalada, ela espera que a vacina chegue para todos e que nenhuma pessoa próxima venha a falecer por causa da Covid-19. Por fim, ela diz que sente muita tristeza em ver que muitos ainda aglomeram e não usam máscaras. “Não sei nem o que falar, a coisa está muito feia mesmo e estamos sendo cercados. A gente também não sabe mais nem o que fala para essas pessoas, temos que ficar quietinhos no nosso canto e nos proteger”.

Coronavírus em famílias

Cada vez mais famílias são infectadas pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Na última terça-feira (16), o Jornal Midiamax compartilhou a triste história de um rapaz que perdeu a tia e tia-avó para a Covid-19. Nesta semana também, partilhamos o trágico e feliz desfecho de mãe e filha que estavam internadas no mesmo hospital.

Infelizmente a senhora não resistiu ao vírus, e faleceu enquanto estava internada na UTI. Na mesma semana da morte dela, a filha apresentou melhoras da Covid-19 e recebeu alta.

De acordo com o enfermeiro Everton Lemos, doutor em doenças infecciosas, a tendência no Estado é de que mais familiares sejam infectados. Isto porque estamos em crescente alta de casos e pouco isolamento social. O especialista listou cuidados que podem ser tomados.

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