Com ocupação em 14%, MS recebeu R$ 18,5 milhões para custear leitos de UTI Covid em setembro

A diária em um leito de UTI para pacientes com covid custa R$ 1,6 mil

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Campo Grande está entre as capitais fora da zona de alerta
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Há quatro meses, Mato Grosso do Sul vivia o pior momento da pandemia e não tinha sequer espaço para internação dos pacientes com coronavírus em estado grave. De lá para cá, muita coisa mudou: a vacinação avançou e os números caíram drasticamente. Mesmo assim, o Estado ainda recebe altos repasses para o financiamento de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid. Para se ter uma ideia, o repasse feito pelo Ministério da Saúde em setembro correspondeu a R$ 18,5 milhões — número maior do que o repasse feito no pico da pandemia. 

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Valores repassados para o custeio de leitos em 2020 e 2021. 

Mato Grosso do Sul chegou ao auge da pandemia no dia 8 de junho, com 1.339 pacientes internados por coronavírus em leitos clínicos e de terapia intensiva. Com relação aos leitos de UTI, eram 565 internados, sendo 438 em leitos públicos e 127 em leitos privados. Conforme o Ministério da Saúde, a diária para custeio repassada por leito de UTI Covid-19 é de R$ 1.600.

Com o avanço do coronavírus, os indicativos da pandemia caíram muito e os leitos de UTI Covid foram desabilitados — dando espaço ao retorno das cirurgias eletivas na rede pública. Atualmente, são 259 leitos de UTI Covid em Mato Grosso do Sul, conforme dados do painel Mais Saúde da SES (Secretaria de Estado de Saúde). 

Se compararmos a quantidade de leitos disponíveis no pico da pandemia e agora, os números são surpreendentes: atualmente, MS tem menos da metade dos leitos de UTI habilitados em junho. É importante lembrar que, no pico da pandemia, Mato Grosso do Sul chegou a ter todos os leitos ocupados e ainda tinha pacientes em leitos improvisados. Na época, a SES até teve que encaminhar pacientes para internação em outros estados. 

No pico da pandemia, a situação era de completo caos na saúde pública — a taxa de ocupação ultrapassava os 100%. Atualmente, a situação é bem diferente: mesmo com menos leitos disponíveis, a taxa de ocupação de leitos para pacientes graves de covid é baixíssima: 14,29%. 

Mesmo com a queda brusca na ocupação dos leitos e com a desabilitação para dar lugar aos leitos de cirurgia eletiva, Mato Grosso do Sul continua recebendo altos repasses para o custeio dos leitos de UTI. Em junho, no pico da pandemia, foi feito o repasse de R$ 17,5 milhões para o custeio de 366 leitos em MS. 

Campo Grande, Dourados e Ponta Porã foram os municípios que mais receberam recursos em junho. (Fonte: DOU)

 

De acordo com dados do Painel de Leitos do Ministério da Saúde, foram quatro portarias publicadas. A primeira informou o repasse de R$ 576 mil para o custeio de 12 leitos. Outra portaria informou a transferência de R$ 720 mil para o custeio de 15 leitos de UTI. Em seguida, foi feito o repasse de R$ 912 mil para custear 19 leitos de UTI. Por fim, uma portaria foi publicada no fim de junho, com R$ 15,3 milhões para custeio de 320 leitos. 

Na época, a situação na saúde pública era gravíssima. Em setembro, o cenário era muito diferente e já havia leitos de UTI Covid sobrando. Mesmo assim, o repasse federal é ainda maior do que o feito em junho. Até o momento, Mato Grosso do Sul recebeu o valor de R$ 18,5 milhões para o custeio dos leitos de UTI Covid. Confira a portaria aqui. 

Repasses são feitos com atraso

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) explica que os repasses do Ministério da Saúde são feitos com atraso. Portanto, os repasses de junho são referentes a maio e os repasses de setembro são referentes a agosto, por exemplo. 

“Os recursos são para manutenção de leitos de UTI Covid. A secretaria de estado de saúde oficializa o ministério da saúde sempre que ocorre fechamento de leitos e os pagamentos são atualizados”, reforçou. Além disso, a secretaria afirma que os recursos repassados pelo Ministério são referentes à manutenção dos leitos de UTI Covid e não podem ser utilizados para cirurgias eletivas.

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