Prevista para iniciar após o dia das mães e durar 15 meses, a revitalização de mais de 80 quadras em 21 quilômetros de vias vai entregar ao campo-grandense uma série de benefícios. São vantagens, que já podem ser vistas com a requalificação da Rua 14 de Julho, coração comercial da área central, e agora vão se estender pelas transversais, passando pela Dom Aquino, Marechal Rondon, Barão do Rio Branco, José Antônio e tantas outras.

O centro terá cara nova. Com mobiliário urbano moderno, lixeiras de coleta seletiva, árvores frondosas em um projeto especial de paisagismo, calçadas padronizadas, acessibilidade, segurança com videomonitoramento, conexão de wi-fi gratuito, iluminação mais potente com lâmpadas de LED, ruas recapeadas e semaforização inteligente. O novo centro ainda terá o mais moderno corredor de transporte urbano na Rua Rui Barbosa, com estações de embarque pensadas especialmente para dar mais agilidade e segurança ao trânsito sem atrapalhar a visibilidade dos comércios.

Pesquisa

Uma pesquisa feita pelo IPF MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio) detectou os efeitos multiplicadores da requalificação da Rua 14 de Julho.

O levantamento baseou-se nas estimativas acerca do (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), matriz insumo-produto de Campo Grande, análises estatísticas e econométricas. “Para a execução das obras houve a necessidade de comprar material e contratar mão de obra local e isso gera um impacto. Com esse foco, fomos atrás de entender esse cenário”, diz a economista Daniela Dias.

O comércio central de Campo Grande já demonstrava sinais de queda de faturamento desde 2010. De acordo com a pesquisa do IPF MS, esse percentual foi de 12% entre os anos 2018/2017 e, de 24%, entre 2019/2018, períodos das obras do Reviva. Esses indicadores consideram a tendência de queda já existente na região antes das obras. “Quando não consideramos esse efeito, constatamos que o impacto, efetivamente por causa das obras, foi de 8% e 19%, respectivamente”, afirma Daniela.

Realmente, sobre a Rua 14 de Julho, os impactos não chegaram a 20% de queda no faturamento quando é considerado todo o cenário. “Tivemos um impacto de R$86 milhões que foram gastos com as obras, dinheiro que foi aplicado também no comércio em geral de Campo Grande. Segundo a pesquisa, foram geradas 1.670 nesse período da obra. Em termos de rendimentos, foram gerados R$22 milhões, somente isso é capaz de amenizar os efeitos das obras em 25%”.

Vale destacar que as consequências pós-obras só não tiveram mais repercussão porque, uma vez entregues – em dezembro de 2019 –, o comércio em geral teve o baque e as mudanças provocadas por conta da Covid-19. “O que podemos dizer é que o novo comportamento do consumidor irá nortear os rumos da área central, mas as pesquisas já realizadas durante a pandemia, incluindo as sazonais do comércio, apontam uma clientela que quer ter experiência aliada ao consumo, quer espaços amplos para poder sair com a família e amigos. E é isso que a revitalização da área central vai proporcionar”.