Após ‘lição de Natal’, secretário quer suspender ponto facultativo do Carnaval para conter o coronavírus
Após aumento de quase 40% no total de mortes desde o início do recesso de fim de ano; ideia é proibir folga para conter aglomerações.
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O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirmou neste domingo (24) ser favorável à suspensão do ponto facultativo previsto para o Carnaval de 2021 –nos dias 15 e 16 de fevereiro (segunda e terça-feira) e até as 12h de quarta-feira (17)–, como forma de evitar reuniões e aglomerações, ambientes propícios ao avanço do coronavírus.
A afirmação foi dada durante o recebimento de 22 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca, contra a Covid-19, que começa a ser distribuída para o interior na segunda-feira (25) e deve priorizar os profissionais de Saúde nesta fase da imunização.
Geraldo explicou que a defesa é resultado da “lição” aprendida no fim de 2020 e começo deste ano, quando os feriados de Natal (25 de dezembro) e Ano Novo (1º de janeiro) resultaram em reuniões e festas que tiveram influência nos números atuais do coronavírus no Estado –o boletim da SES totalizou 156.459 infectados e 2.812 óbitos neste domingo, ante 127.874 infectados e cerca de 2 mil mortos em 25 de dezembro.
A diferença de 28.585 casos representa um aumento de 22% no total de doentes no período. Já o volume de mortes aumentou quase 40%.
“Desde o Natal percebemos que a taxa de contágio e de novos casos aumentou. E depois de 14 dias soubemos que pagamos o preço pelo recesso do fim de ano”, lamentou Geraldo, que disse defender a suspensão do ponto facultativo no Carnaval para evitar um novo aumento de casos. “Mas isso precisa ser debatido por outros setores”.
Na próxima semana, Geraldo Resende disse que a FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), SES, o gabinete do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e os setores ligados à logística de enfrentamento à Covid-19 devem discutir a possibilidade.
A FCMS já confirmou o adiamento do Carnaval em Campo Grande, o que suspenderá os desfiles de escolas de samba e blocos –com a perspectiva de que sejam realizados após o mês de maio, mais especificamente quando o cenário da pandemia for menos denso. Em Corumbá, o poder público já avaliava no fim de 2020 a realização da festa somente no segundo semestre deste ano.
Apesar de as medidas garantirem que não haverá injeção de recurso público nas festas populares ou mesmo autorização para que ocorram, a preocupação está com a forma com a qual a população aproveitaria a possível folga: eventos particulares (muitos com número de pessoas bem acima do autorizado), viagens a passeio e outros meios de aproveitar a folga de 5 dias (que se inicia já na noite de 12 de fevereiro, uma sexta-feira) com aglomerações preocupam.
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