Com unanimidade dos votos, a Anvisa (Agência Nacional de ) autorizou neste domingo (17) o uso emergencial de vacinas contra o coronavírus apresentadas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A decisão passa a valer a partir da comunicação aos laboratórios. O início da imunização depende da organização da campanha e da distribuição das doses, mas a (Secretaria Municipal de Saúde) estima que Campo Grande inicie a vacinação ainda nesta semana.

No caso da Coronavac, o Instituto Butantan apresentou o pedido referente a 6 milhões de doses. A vacina é produzida pelo laboratório chinês Sinovac e também é desenvolvida pelo Butantan no Brasil. Já a Fiocruz apresentou o pedido de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, que é importada da Índia. A vacina foi produzida pela universidade com o laboratório AstraZeneca e também é desenvolvida no Brasil pela Fiocruz.

Com o uso emergencial for aprovado, a vacina não pode ser vendida, somente será distribuída pelo sistema público de saúde. A relatora dos pedidos, Meiruze Freitas, disse que aprova o uso da vacina Coronavac diante da assinatura de um termo de compromisso.

“Quanto à vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butatan, voto pela aprovação temporária do seu uso emergencial condicionada a termo de compromisso e subsequente publicação de seu extrato no DOU. Quanto à vacina solicitada pela Fiocruz, voto pela aprovação temporária de seu uso emergencial referente a 2 milhões de doses”. A relatora ainda explicou que os benefícios da vacina superam os seus riscos.

Coronavac e vacina de Oxford

As vacinas analisadas pela Anvisa, a Coronavac e a de Oxford, atuam de formas diferentes para induzir o sistema imunológico a se proteger do coronavírus. A Coronavac utiliza o vírus inativado, em quando a vacina de Oxford usa o vetor viral. 

O que isso quer dizer? No caso da Coronavac, a vacina é composta pelo vírus morto ou parte deles, ou seja, esses vírus geram uma resposta imune no organismo. Já a vacina de Oxford usa uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. 

Ambas as vacinas precisam de duas doses para proteger o paciente contra o coronavírus. No caso da Coronavac, as doses são tomadas com um intervalo de 14 a 28 dias. De acordo com a Anvisa, a eficácia da Coronavac é de 50,4%, enquanto a vacina de Oxford tem uma eficácia de 70,42%.

Vacinação em Campo Grande

Com a liberação da Anvisa, prevê iniciar a vacinação na quarta-feira (20). A informação foi repassada na manhã de sexta-feira (15) pelo secretário municipal de saúde de Campo Grande, José Mauro. Ele acredita que o município deve receber de 30 mil a 40 mil doses da vacina.

O município já está com a estratégia de vacinação praticamente definida, mas ainda faltam algumas informações para determinar como será feita a vacinação num primeiro momento. A expectativa é de que um edital seja publicado na segunda-feira (18) com a quantidade de doses que serão enviadas para cada cidade.

A logística também vai depender da definição, por parte do governo federal, do público prioritário. “Por exemplo, se for somente profissionais de saúde da linha de frente, já temos uma lista desses profissionais e a vacinação será feita nas próprias unidades que eles atuam. Se for em todos os profissionais da saúde, já muda toda a logística da vacinação”, explicou o secretário. Além desse grupo, num primeiro momento, idosos acima de 75 anos e indígenas em aldeias isoladas devem receber a vacinação também.

Logística em MS

O governo de MS lançou na última semana o Plano Estadual Conjunto de Distribuição de Imunizantes e Insumos contra a Covid-19, que prevê a logística para levar a vacina a todos os municípios do Estado. A previsão é de que todo o processo de entrega nos 78 municípios do interior será realizado em um único dia.

Mais de 20 viaturas da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) e do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) darão apoio à equipe de transporte da Ceve (Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica).

A previsão é que Mato Grosso do Sul receba 1,7 milhão de doses para aplicar as duas doses em 890,6 mil pessoas do grupo de risco.

(matéria atualizada às 14h26 para acréscimo de informações)