Após 17 anos na fila de espera por um rim compatível, um homem de 37 anos, que preferiu não ser identificado, passou por uma cirurgia de transplante, na Santa Casa de , que divulgou a história nesta segunda-feira. O alívio e comemoração por um novo começo também é ressaltado pelo paciente que também venceu a sérias complicações causadas pela .

Segundo o hospital, no segundo semestre de 2020, já na fila de transplante, o paciente foi contaminado por coronavírus. Por conta da comorbidade da doença crônica, o quadro piorou e sofreu complicações com a infecção, chegando a ficar com e internado por dias. Com a melhora, voltou para casa.

Aos 16 anos, ele era jogador de futebol amador e passou a notar alterações físicas como inchaço nos pés, muito cansaço e a frequência dos sintomas.

“Eu descobri que algo estava errado comigo durante os treinos, mas foi num torneio no Paraná que meus pés começaram a inchar muito. Fui encaminhado ao médico porque poderia ser uma doença renal. No especialista, veio a confirmação: eu tinha o diagnóstico de glomerulonefrit, uma inflamação no rim. No começo, saber da doença foi terrível, ninguém aceita de boa, mas com o passar do tempo a gente acaba se conformando com a situação”, lembrou.

A partir daí ele iniciou o tratamento, sem sessões de hemodiálise nos primeiros anos, eram apenas remédios na tentativa de reverter a situação. Mas, aos 20 anos, uma fase mais agressiva do comprometimento renal, foi necessário iniciar a diálise quatro vezes na semana, e assim até agora.
“Eu esperei por 17 anos. Nesse tempo, fui até fazer exames em São Paulo pra ficar na fila lá, mas não deu certo. Foram anos muito dolorosos, cheios de sofrimento, mas meu dia chegou e hoje estou aqui, super feliz com meu novo rim!”.

Esperança

Nos primeiros dias de janeiro deste ano, recebeu a ligação da médica nefrologista do hospital e responsável pelo paciente, Drª Rafaella Campanholo. A sensação foi de susto e em seguida de alívio.

“A notícia foi recebida com muito espanto na verdade, nem tinha mais esperança, muito complicado. Mas aí, um dia o telefone toca e, claro, depois do susto foi só alegria e agradecimento à Deus. Tenho uma nova esperança de que agora terei como recuperar parte da minha vida”, disse o paciente.

O procedimento foi feito pela equipe do Serviço de Urologia da Santa Casa, além da médica responsável, apoio dos médicos urologistas Dr. Guilherme Salati Stangarlin, Dr. Gustavo Dutra, Dr. Antonio Carlos de Abreu Deotti Filho, anestesistas, enfermeiros, técnicos em , instrumentador e demais profissionais do centro cirúrgico da unidade.

“Quero também expressar à família doadora meus sentimentos e minha gratidão eterna. Eles estavam num momento mais difícil da vida deles e ainda assim tiveram cabeça pra pensar no próximo. Se essa mensagem chegar até eles, eu quero que saibam que esse rim está com uma pessoa que ama a vida e vai cuidar muito bem dele”, finaliza.