A cada 10, um recebeu vacina da Janssen em MS; Campo Grande é a que mais precisa do imunizante para 2ª dose

Mesmo com vacinação em massa na fronteira, Capital é a que mais aplicou doses da Janssen

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Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.
Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.

A vacina da Janssen foi o imunizante menos aplicado durante a campanha de vacinação contra covid em Mato Grosso do Sul. Mesmo com a vacinação em massa nas 13 cidades de fronteira, somente um a cada dez sul-mato-grossenses recebeu a vacina que era, até então, de dose única. Em julho, o Estado recebeu 165 mil doses para vacinar toda a população na fronteira. Na época, Campo Grande não foi contemplada, mas é a cidade que mais precisa de doses.

Dados do Vacinômetro da SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontam que 10,10% da população foi vacinada com a Janssen, considerando a população apta a vacinar, ou seja, a partir dos 12 anos. Campo Grande foi a cidade que mais aplicou doses da vacina, foram 45.539 pessoas vacinadas. Agora, a cidade precisa receber o mesmo quantitativo de doses para conseguir aplicar a 2ª dose na população.

Em segundo lugar está Ponta Porã, município de fronteira. A cidade precisa 39.031 doses da Janssen para aplicar a D2 na população. Corumbá, que também fica na região de fronteira, precisa de 26.397 doses da Janssen. Em seguida, Dourados precisa de 13.990 doses e Três Lagoas necessita de 8.350 doses da Janssen.

Ao todo, Mato Grosso do Sul precisa de 237 mil doses do imunizante da Johnson&Johnson. A expectativa é que o estado receba novos lotes com vacinas da Janssen dentro de 15 dias. “Estamos aguardando chegar um informe técnico do Ministério da Saúde, precisamos de um total de 237 mil doses de vacina Janssen, que precisamos para fazer a segunda dose”, comentou o secretário Geraldo Resende na sexta-feira (19).

Vacinados com Janssen recebem mais duas doses; entenda

Para quem ainda não entendeu como irá funcionar, é importante ficar atento. A vacina da Janssen era de dose única, porém notou-se a necessidade de uma segunda dose, conforme o Ministério da Saúde. Ou seja, enquanto o resto da população em geral deve receber a 3ª dose, os vacinados com a Janssen recebem uma 2ª dose e só depois receberão a dose de reforço. 

Depois de receber a 2ª dose, é preciso aguardar quatro meses para receber a dose de reforço, também conhecida como a 3ª dose. Enquanto o calendário em Campo Grande já começou a chamar pessoas a partir de 40 anos para a dose de reforço, para quem foi imunizado com a Janssen só resta esperar. 

Estudo apontou eficácia de 90% contra mortes em MS

Depois de vacinar a população adulta nas 13 cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul com a dose da vacina Janssen, o estudo de imunização em massa teve resultados divulgados. Os resultados foram positivos: o imunizante tem eficácia de 90,5% contra mortes por covid

A vacina americana da Janssen foi utilizada para estudo epidemiológico conduzido pelo médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Júlio Croda. O estudo foi realizado pelo grupo Vebra Covid da Fiocruz, com apoio da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Todos acima de 18 anos, que ainda não tinham sido vacinados com outros imunizantes, tiveram a oportunidade de receber dose da Janssen nas cidades de fronteira. A eficácia da vacina da Janssen contra casos sintomáticos de covid foi de 50,9% após 28 dias da aplicação. O estudo ainda aponta uma eficácia de 72,9% contra hospitalizações e 92,5% para internações em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As análises ainda mostraram ótimos resultados sobre os efeitos da vacinação no caso de mortes por coronavírus, com uma eficácia de 90,5%. 

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Marinete Pinheiro
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