Desde o início da pandemia, motoentregadores são essenciais para contribuir com o isolamento social e manter muita gente segura em casa. Atualmente, 9 meses após a chegada do coronavírus em Mato Grosso do Sul e a volta do em , a demanda por delivery aumentou e os trabalhadores voltaram a sentir na pele o descaso de empresários e clientes, na hora de buscas e levar entregas por toda a cidade.

O presidente do Sindicato dos Motoentregadores de Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Escobar, explica que os trabalhadores exigem mais atenção para proteger a própria saúde. O representante dos profissionais conta que falta de e álcool em gel principalmente nas empresas onde as encomendas são retiradas dificultam os trabalhos. Além disso, os motoentregadores são responsáveis, na grande maioria dos casos, em arcar com itens de proteção, mesmo em caso dos motociclistas serem contratados pelas empresas.

O motoentregador Edimar Oliveira Peres de Souza diz que com o novo decreto e o retorno do toque de recolher iniciando às 22 horas, desde o início do mês, a demanda de encomendar aumentou e com ela, o descaso com os trabalhadores. “A proteção que deveria ter é do cliente com a gente, usando os utensílios de proteção”.

Toque de recolher aumenta delivery e expõe motoentregadores em Campo Grande
Foto: Ilustrativa

Reclamação em grupo

Em grupo de WhatsApp que agrega motoentregadores de toda cidade, reclamações sobre descaso são constantes. Muitos dizem que os estabelecimentos não cumprem as medidas exigidas pela prefeitura, principalmente para proteger seus funcionários.

Os profissionais também reclamam de alguns estabelecimentos que acumulam pedidos e fazem com que os motoentregadores se aglomerem à espera das encomendas. “Seria ideal preparar os lanches mais rápido ou diminuir o tempo de espera dos entregadores, para que diminua a nos comércios”, diz um motociclista que prefere não se identificar.

Também indignado, motoentregador há mais de 18 anos que não será identificado conta que chegou a reclamar sobre o descaso com os trabalhadores. “Ninguém dá álcool em gel, ninguém dá máscara, luva e pouco se importam com quem está trabalhando”.  “Estamos inseguros, mas não temos como fugir da raia, precisamos defender o pão de cada dia”, disse outro entregador.

O presidente do sindicato reforça o pedido para que os empresários sejam orientados e que tenha fiscalização nos estabelecimentos, pois cada vez mais os trabalhadores se sentem inseguros para ir trabalhar.