O coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) em , médico Sandro Barreto dos Santos, negou na manhã desta quinta-feira (04) que tenha havido negligência no atendimento à paciente indígena que estaria infectada pelo coronavírus. O caso foi relatado em rede social pelo capitão da aldeia Jaguapiru, Ezael Morales na quarta-feira (03) e repercutido pelo Jornal Midiamax.

De acordo com o coordenador, por volta de 12h da quarta-feira foi acolhida chamada realizada pelo capitão da aldeia, que em seguida repassou a ligação para a médica, que se identificou como Dra. Poliana, e que durante a passagem de caso da paciente para o médico regulador do Samu, foi discutida a possibilidade de remoção da paciente, de 39 anos, com teste positivo para Covid-19, informada naquele momento pela equipe de saúde local, e que a paciente se apresentava sem sinais de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). “No entanto, ficou sem o processo de regulação, devido à interrupção da ligação antes do fim do processo”.

“Conforme relatório, a equipe fez em seguida várias tentativas de retorno no telefone informado, diversas tentativas, visando suporte e término da regulação do paciente, porém sem sucesso”, diz o coordenador do Samu.

Sandro explica, ainda,  que após contato da equipe com Hospital da Missão foi identificada a admissão da paciente, por volta das 12h15, na unidade de saúde, “estável, sem qualquer sinal de SRAG, saturando bem em ar ambiente, sem necessidade de remoção pela unidade de suporte avançado”.

“Estamos em processo de esclarecimento dos fatos junto à equipe. O Samu 192, em nenhum momento se negou a atender a referida paciente, tanto que foi realizada busca ativa da localização da paciente após interrupção da ligação”, reafirma o coordenador, mencionando que o Samu 192 se encontra a disposição para maiores esclarecimentos.

Entenda o caso

Uma indígena da Aldeia Jaguapiru, diagnosticada com o novo coronavírus, o Covid-19, teve que ser levada as pressas para o Hospital da Missão Caiua, em Dourados, pelo cacique Ezael Morales.

O Jornal Midiamax apurou que ele utilizou o veículo do Conselho Comunitário de Segurança Indígena, que nao é adequado para este tipo de finalidade.

Segundo Morales, a medida foi necessária porque o Corpo de Bombeiros e o Samu se recusaram a entrar na aldeia, alegando falta de equipamentos e também de preparo. Indignado, o cacique gravou um vídeo e postou nas redes sociais denunciando o descaso com a população no Estado.

O cacique fez pedindo a intermediação do procurador do ( Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul) em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida em relação às dificuldades que estão sendo enfrentadas nas comunidades indígenas localizadas na cidade. “Não somos animais”, reclamou o cacique nas imagens.