Frio, fome: pandemia agrava drama de quem vive debaixo da ponte em Campo Grande
Se já difícil suportar o frio agasalhado e quente dentro de casa, não é possível imaginar como encarar a chuva e as baixas temperaturas por parte dos moradores de rua e desabrigados em Campo Grande. Contando com a ajuda de desconhecidos, os moradores que vivem debaixo da ponte localizada na Avenida Manoel da Costa Lima […]
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Se já difícil suportar o frio agasalhado e quente dentro de casa, não é possível imaginar como encarar a chuva e as baixas temperaturas por parte dos moradores de rua e desabrigados em Campo Grande.
Contando com a ajuda de desconhecidos, os moradores que vivem debaixo da ponte localizada na Avenida Manoel da Costa Lima com a Ernesto Geisel convivem ao relento, passam frio, dorme em colchões molhados da chuva, mas indicam que maior desafio é enfrentar a fome.
A reportagem foi ao local e conversou com Márcia Nascimento, de 37 anos, que mora debaixo do pontilhão há 4 anos. A mulher explicou que com a situação de frio e chuva complica ainda mais o que já não é fácil.
“A gente passa por uma situação bastante difícil, pedimos no semáforo a tarde para comer a noite, pedimos a noite para comer no dia seguinte, e durante o frio é mais difícil”, explicou.
Contando com a ajuda de fiéis de uma igreja local e de lojistas, William Geovan mora com a esposa em um barraco à beira do córrego e diz que optou por viver no barraco por conta da bronquite asmática da companheira e relata que sofre diariamente a discriminação das pessoas que passam por ali.
“Gostaria que as pessoas tivessem um olhar mais sensível com a gente, somos seres humanos também”, disse William ao Midiamax.
Mesmo tendo para quem recorrer, Leila Coelho de 44 anos, diz que mora no local há dois anos e conta que tem duas filhas casadas e ‘bem vividas’, mas prefere não incomodá-las. Leila disse que passa fome várias vezes e frio tem sido difícil de enfrentar. E por isso, pede por doações aos semelhantes.
Outro morador que preferiu não se identificar disse que tem passado muito frio. O rapaz disse que passou o dia todo com o moletom molhado porque tomou chuva e tem dormido em um colchão úmido.
Em outubro de 2019, equipes da Prefeitura Municipal removeram os moradores que viviam debaixo da ponte e encaminharam para abrigos e ao Cetremi. A área é considerada de risco e na época foi informado que seria fechada para impedir novas ocupações.
A reportagem entrou em contato com a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), que informou que frequentemente oferece ajuda aos moradores, mas que naquela região tem muito problema social relacional ao uso de entorpecentes. O posicionamento completo pode ser acessado em nova matéria, clicando aqui.
*matéria atualizada às 14h40 para acréscimo de informação
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