Diante de uma crise econômica gerada pelo coronavírus, diversas empresas viram seus ganhos cair drasticamente, ao ponto de fecharem as portas. Levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana revela que o setor de serviços como restaurantes, salões de beleza e academias ganharam um fôlego financeiro, com crescimento de 3,4% no Estado.

Diante dos números positivos o Jornal Midiamax foi para as ruas saber dos comerciantes se a melhora apontada pela pesquisa já está sendo sentida entre os empreendedores da cidade.

No bairro Estrela do Sul, a cabeleireira Keila Cristina Ferreira, de 40 anos, afirma que houve um crescimento de 50% no movimento desde o mês de março, quando inaugurou o seu salão de beleza. “Ficou um tempo fechado, eram dois a três atendimentos no dia, agora já estou agendando cinco clientes por dia” disse ela.

Três anos antes, o mesmo empreendimento foi fechado devido a um motivo pessoal de Keila, mas ela reforça que comparado ao período antes da pandemia, o movimento ainda tem que melhorar muito. “Comparado a três anos atrás, o movimento está 40% menor. Mas acredito que a partir desse mês vai melhorar, estou com objetivo de me aperfeiçoar, vai melhorar”, disse, otimista.

Investimento para 2021

No bairro Itanhangá Park, uma academia também sente os reflexos da retomada econômica. Para a sócia-proprietária, Ana Ferraciolli, de 32 anos, o setor começa sentir uma melhora. “No começo da pandemia, houve uma queda de 80%. Esse mês, já recuperamos 50% do movimento, mas ainda não está o que era antes” explicou.

Fôlego no setor de serviços chega a comerciantes, que esperam retomada em 2021
Ana Ferraciolli orientando sua aluna (Foto: Leonardo de França / Midiamax)

Além do movimento, a empresária também percebeu uma mudança no comportamento dos clientes. “Antes a maioria do nosso público era de pessoas que trabalhavam por perto, agora os vizinhos que estão em home office, estão se preocupando mais com saúde, uma válvula de escape para quem não aguenta mais ficar em casa”.

Ana explica que a academia está seguindo à risca as regras de biossegurança, com no máximo 15 pessoas por horário. A empresa enxerga com otimismo o início do ano que vem, com objetivo de investir em melhorias e comprar novos equipamentos. “Esse ano já foi, mas temos fé que em janeiro de 2021 teremos outra cara”, finalizou.

Estabilização em 2022

Com mais de 10 anos no setor alimentício, somente no bairro Coronel Antonino, Luciano Gaspar, de 43 anos, projeta para 2022 a estabilização financeira do seu restaurante. “Fiz muitas dívidas para manter o meu comércio, fiz um empréstimo e financiei em 48 vezes”, disse ele.

Fôlego no setor de serviços chega a comerciantes, que esperam retomada em 2021
Venda de marmitas começou a melhorar (Foto: Leonardo de França / Midiamax)

O cozinheiro explica que o movimento está voltando, em sua maioria, empresas que buscam marmitas no restaurante, mas o público popular ainda não voltou. “No início caiu 50% dos pedidos, agora, voltou cerca de 70% a 80% do movimento”, explicou.

O quadro que chegou a ter 10 funcionários, entre fixo e freelance, hoje conta com 6 pessoas. Mesmo com as dificuldades, Luciano não perde a esperança. “Não tem como desistir, amo minha profissão”, Finalizou.