Após reportagem do Jornal Midiamax que revelou ao menos 7 ônibus da frota reserva da Viação São Francisco rodando por outra empresa do mesmo grupo em Arapongas (PR), e sem qualquer tipo de manifestação oficial das agências reguladoras, o estaria repondo os veículos em . Pelo menos um carro novo foi fotografado, ainda sem placa, supostamente cadastrado em nome da empresa.

Trata-se de um veículo com prefixo 2800, com carroceria Comil Svelto Midi 2017 e com chassis Mercedes-bens OF-1519 BlueTec 5. Segundo a página Ligados no Transporte, o veículo tem interior estofado e  carroceria diferenciada.

Neste mês, 7 veículos com prefixos 2404, 2501, 2502, 2503, 2504, 2505 e 2506, com placas da Capital, foram fotografados e publicados na página de busólogos Ônibus Brasil, circulando pela empresa TUA (Transporte Urbano Arapongas), do Grupo Constantino, que também detém a Viação São Francisco. Dois veículos vencidos, de 2010, também foram registrados na mesma cidade.

O prefixo dos mesmos veículos em condições de rodar constam em planilhas anexadas em ação civil pública movida pelo vereador Vinícius Siqueira (DEM) contra o Consórcio Guaicurus como integrantes da frota reserva, determinada no contrato firmado entre o Consórcio e a Prefeitura de Campo Grande, em 2011. Segundo o Termo de Referência do edital de concorrência, as empresas precisam disponibilizar na garagem 10% da frota.

A situação reforçou suspeita de que o Consórcio mantivesse frota fantasma, já que veículos reserva com condição de rodagem e que deveriam estar na garagem até que fossem substituídos foi vista em outra cidade, o que pode configurar crime de peculato desvio, previsto no artigo 312º do Código Penal.

Na ocasião, a reportagem acionou a (Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos), que confirmou que os veículos integravam, sim, a frota da Viação São Francisco, mas que haviam recebido baixa no Sistema Municipal de de Campo Grande, com promessa de reposição.

Vale lembrar que a exigência contratual de substituição de veículos da frota do Consórcio Guaicurus resultou em uma disputa polêmica entre a Prefeitura de Campo Grande e as empresas, que mantiveram pelo menos 72 veículos vencidos circulando na cidade, sem nenhuma punição. Logo, o remanejamento de veículos – sobretudo os que ainda não estavam vencidos – perde sentido.

Nesta sexta-feira (29), a reportagem questionou o Consórcio Guaicurus se o veículo é, de fato, reposição da frota remanejada para o Paraná, e quantos ônibus foram adquiridos. Em resposta, o Consórcio destacou que não iria se manifestar.