Fila dobrando esquina é o cenário das agências da Caixa Econômica em Campo Grande nesta segunda-feira (4). Desde a madrugada idosos e mulheres com crianças de colo estão nos locais para garantir o atendimento para saque do auxílio emergencial dos R$ 600.

Na agência localizada no bairro Aero Rancho, o número ultrapassa as mil pessoas buscando esclarecimentos e a principal reclamação é a falta água e banheiro para uso da população, além da falta de um funcionário dando informações.

“É humilhante o que estamos passando. Infelizmente a gente tem que passar por essas coisas. Não tem água, não tem banheiro, tem que ficar no sol”, diz Josiane de Souza, 40 anos. Ela foi até o local buscando informações para tentar sacar os R$ 600 pela segunda vez.

“Eu vim aqui antes, disseram que meu dinheiro não estava na conta, falaram para voltar no mês de aniversário e estou aqui para tentar resolver. Cheguei às 6h e até agora nada”, explicou.

Campo Grande começa maio com filas gigantes para sacar auxílio de R$ 600 nas agências da Caixa
Usuários chegaram na agência antes do sol nascer. (Ranziel Oliveira | Jornal Midiamax)

Com o filho de 1 ano e 4 meses no colo, Jeniffer Teixeira, 18 anos ficou desempregada por conta da pandemia e tenta agora garantir o leite do filho com o auxílio. “É horrível, estou aqui no sol com uma criança de colo e ninguém fala com a gente. Tentei resolver pelo aplicativo, mas não funciona. O dinheiro caiu na conta e não consigo sacar, pior que nem atendimento preferencial está tendo”, destacou.

Também sem conseguir resolver pelo aplicativo Caixa Tem, o lavrador Uriel Figueiredo, chegou às 5h na fila que já estava grande. “A fila já estava enorme, tem muita gente que dormiu aqui. É muita humilhação por parte do governo. Escolheram a pior forma para tratar a população. O aplicativo não funciona, se funcionasse as coisas poderiam se resolver por lá e evitar esse transtorno”, desabafou.

Segundo ele, apesar de todos os problemas o sofrimento dele nem é comparado aos mais velhos que precisam do banco. “Eu ainda sou novo, tem muita gente idosa na fila eles sofrem bem mais com a espera e falta de estrutura”, completou.