Entre os meses de dezembro a fevereiro, muitas crianças deixam de lado as suas responsabilidades escolares para curtirem as férias, entretanto, acabam transferindo maiores atenções aos pais por conta dos acidentes domésticos, que está no topo da lista de causadores de mortes na faixa etária de 1 a 14 anos no país.

A ONG Criança Segura destacou em uma recente análise que além destes pequenos acidentes, o trânsito, afogamento e queimadura figuram como principais provocadores, já que o estudo apontou um aumento de 24,5% nas mortes nos meses de férias das crianças.

Os locais considerados de maior risco para a integridade física são a cozinha, banheiro, escada, quintal, sala e quarto, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. A entidade também acrescenta que caso as pessoas morem em apartamentos, os riscos são estendidos as escadas e elevadores.

Estes lugares são compostos por fatores inclusivos como iluminação fraca, móveis ou objetos pontiagudos, piso escorregadio, tomadas sem proteção, ausência de proteção à criança nos corrimões das escadas, martelo, serrote, alicate, furadeira, faca e espeto para churrasco.

A Sociedade Brasileira de Pediatria esclarece que com as crianças com idades menores, os pais devem ficar mais atentos e a educação precisa vir com conversas no sentido de orientar o crescimento, “mostrando os riscos e suas consequências, o papel dos pais é fundamental, ao servirem de exemplo a darem orientações”.

A entidade orienta que nestes casos, é importante analisar, de ponto de vista da segurança da criança, todos os cômodos em separado, como a cozinha, lugar considerado de maior risco a acidentes domésticos.

Em período 'crítico', saiba como evitar acidentes domésticos envolvendo crianças nas férias
Copos e taças nos armários precisam ficar longe do alcance das crianças na cozinha. (Foto: Ilustrativa)

Na cozinha, é comum acontecer casos como queimaduras, lesões cortantes, lacerações e intoxicações, além de demais acidentes. Uma das medidas para evitar os acidentes é ter o bujão de gás do lado de fora, materiais de limpeza e objetos como faca, garfos, pratos e copos de vidro estarem fora de alcance das crianças.

Depois da cozinha, o banheiro é quem mais lidera acidentes domésticos. As orientações para os pais é que se evite deixar os armários com produtos cosméticos, medicamentos e aparelhos elétricos fora de alcance da garotada. Um segundo ponto é evitar deixar o piso do banheiro molhado e utilizar tapetes antiderrapantes para evitar o escorregão.

A piscina também pode entrar na lista de grandes “inimigos”, já que é possível causar o afogamento em crianças. Nestes casos, a orientação é para que o local tenha uma espécie de muro, cerca ou grades de proteção e lona de cobertura. No quintal, é recomendado que não se tenha plantas tóxicas, a fim de evitar o contato entre a planta, mão da criança e boca.

Tecnologia ajuda, mas é preciso ter limites

Ao Jornal Midiamax, o Dr. Alberto Cubel explicou que a tecnologia em si pode ajudar a diminuir os riscos de acidentes domésticos, mas que é preciso ter um limite imposto pelos pais para que as crianças não fiquem totalmente presas ao uso contínuo de celulares.

“Ajuda, mas é preciso que os pais deem limites. As crianças não devem passar muito tempo presas ao celular e/ou computador. Brincar, além de ser uma boa atividade física, estimula a criatividade, as emoções e proporciona a interação social, característica fundamental a todos os seres humanos”, disse.