Após decretos e recomendações e, observando a queda na demanda, por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19), os donos de restaurantes no centro de começam a baixar as portas nesta sexta-feira (20).

Com o último dia de funcionamento na quinta-feira (19), Vera Lúcia, 57 anos, decidiu fechar o estabelecimento onde fornecia refeições após ver as refeições baixarem de 80 para 21. “Ontem trabalhamos pela última vez por enquanto.  Além do risco do vírus, com esse movimento não tem como pagar os funcionários e as contas”, destacou.

Segundo ela a queda tem impacto direto nas receitas e os funcionários já começaram a ser dispensados. “Não temos como continuar pagando todo mundo. Os freelancers já dispensei e os que efetivos vamos ter que conversar para entrar num acordo”, disse.

Em primeira recomendação, o prefeito (PSD) pediu que os restaurantes adotassem medidas de prevenção como disponibilizar álcool em gel 70% na entrada dos estabelecimentos e dispor de anteparo salivar nos equipamentos de bife, além de dispor as mesas com uma distância mínima de um metro e meio.

Já nesta sexta-feira (20) um novo texto proíbe aglomerações com mais de 20 pessoas em toda a cidade. “Passa a ser liberada somente ‘a realização de eventos com no máximo 20 (vinte) pessoas para igrejas, museus, teatros, bibliotecas e centros culturais”.

Na contramão

Há 22 anos com o restaurante aberto, Saul Rocha Lino, prefere tentar manter as portas abertas por enquanto. O local já foi adaptado para limitar o número de pessoas e cadamesa foi realocada para a distância de 1 metro ente cada uma.

O local também tem duas pias na entrada e os clientes estão sendo orientados a já lavar as mãos assim que entram, além do álcool em gel disponível. “Nós tínhamos um giro de 300 a 400 pessoas por dia, mas é natural cair. A capacidade do restaurante é para 120 por vez, mas já limitamos o número de pessoas”, destacou.

Centro fechado

Além dos restaurantes, várias lojas estão já baixando as portas na região central de Campo Grande, com isso muitos trabalhadores que se alimentavam nesse locais já não estão mais na região. É o que acontece com a vendedora Tainara Mendonça, 24 anos. “A loja em que eu trabalho vai fechar, então não acaba que não vou mais almoçar aqui no centro. Além disso o restaurante onde eu almoçava também está fechando”, disse.

Com uma queda de 70% nas vendas, o gerente de loja Rui Araujo, 48 anos, que comia todo dia no Centro vai ter que deixar o hábito de lado. “A loja vai fechar por tempo indeterminado, então não vamos mais comer aqui no Centro”, explicou.

Por 15 dias, a principio, o gerente de loja Carlos Albert, 53 anos, também vai deixar de fazer suas refeições na região central. “Com essa pandemia e a queda no movimento vamos ficar 15 dias fechados agora, não vamos mais nos restaurantes aqui”, contou.