Um grupo de dez famílias que ocupa há vinte anos uma área de propriedade da Energisa, concessionária de energia elétrica em Mato Grosso do Sul, no bairro Chácara Caiuás, na periferia de Dourados além de ficar sem moradia, terá que sair do lugar sem direito à nenhuma indenização.

A empresa, que nos últimos dois anos coleciona mais de 1.300 denúncias no Procon por abuso no valor das contas, feitas por consumidores douradenses, deverá fazer cumprir nas próximas semanas a ordem judicial de despejo.

“A situação é grave e urgente, pois a qualquer momento essas famílias vão ser colocadas nas na rua, sem tem para onde ir e ainda sem receber nenhuma indenização”, explica a  advogada Jovenilda Bezerra Felix. Ela e o advogado Fábio Sampaio de Miranda defendem os moradores.

Segundo a advogada das famílias,  a ação já transitou em julgado, porém alguns posseiros como Heleno José de Lima e Antônia Vieira de Lima ficaram de fora da lista dos moradores que deveriam ser indenizados pela Energisa pelas benfeitorias feitas na área.

Estes posseiros compraram a área de terceiros e não fazem parte da ação na Justiça por isso além de serem despejados não serão indenizados pela empresa, disse Jovenilda lembrando que os moradores pretendem fazer um movimento em busca de seus direitos perante a Justiça pois não tem para onde ir com suas famílias depois de despejados.

Seu Heleno, de 65 anos está doente. Ele vive há mais de 20 anos com Dona Antônia de 78 anos. Caso seja despejado o casal de idosos, que vive de uma pequena aposentadoria,  não tem condições de arcar com despesas de aluguel. “Os políticos vieram aqui,  deram tapinhas nas  nas nossas costas e falaram que era pra gente ficar tranquilo que ninguém iria mexer com a gente. Entra um e sai outro e nenhuma coisa acontece. Só nos resta agora nos apegarmos à Justiça Divina, que não falha”, conta o aposentado.

Procura pela reportagem,  a concessionária divulgou a seguinte nota por meio de sua assessoria de comunicação: “A Energisa esclarece que a concessionária está sempre aberta ao diálogo, trabalha com responsabilidade e é a maior parte interessada na solução do processo. A companhia já fez diversas reuniões com as pessoas instaladas na área invadida e com representantes do poder público, mas não teve êxito nas tratativas. A empresa afirma ainda que vai continuar buscando alternativas para resolução do problema e encerramento do processo”.