O boletim epidemiológico da Covid-19 divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta segunda-feira (15) detalhou o início o avanço exponencial mais significativo da doença e confirmou previsão da pasta quanto à dinâmica do novo coronavírus em MS a partir da 21ª semana epidemiológica.

Para isso, a secretaria tomou como base séries históricas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em MS e, a partir daí, abraçou a mesma expectativa do crescimento exponencial a partir da 21ª semana, quando os números começariam a dobrar.

Segundo os dados, foram 162 casos na 20ª semana (10 a 16 de maio), seguidos de 350 na 21ª (17 a 23 de maio); 560 na 22ª (24 a 30 de maio); 714 na 23ª (31 de maio a 6 de junho); e 1.104 na 24ª (7 a 13 de junho). Na semana epidemiológica atual (25ª), iniciada no domingo (14), o Estado já tem 316 confirmações (veja a tabela).

Para o titular da SES, Geraldo Resende, chama atenção que, da 21ª semana até os dados do último sábado (23) – quando a 24ª semana foi concluída – o número de novos casos por período quase triplicou, revelando aumento de 215,14% em quatro semanas.

“Em apenas 14 dias triplicamos esses números”, comentou, com preocupação. Os períodos de crescimento coincidem com o avanço do coronavírus ao interior a partir de surtos na região sudoeste e também em Dourados.

Confirmações de Covid-19 em MS aumentaram 215,14% em 4 semanas
Foto: SES | Reprodução

Macrorregiões

A elevação dos números também se confirma nas macrorregiões mais populosas, como a de Campo Grande e Dourados. Na Capital, com apenas dois dias, os dados parciais desta semana já apontam 87 casos, enquanto na semana epidemiológica anterior foram 350. “Haveremos de ter olhar muito agudo com Campo Grande”, pontuou Resende.

Já em relação a Dourados, a macrorregião que mais preocupa a SES, foram registrados 121 casos na 21ª semana, contra 684 na 24 semana. “Um número que aumentou seis vezes em apenas três semanas”, acrescentou.

Dados das demais macrorregiões, Três Lagoas e Dourados, mostram que a situação está mais controlada. O pico em Três Lagoas ocorreu na 22ª semana, com 45 casos, enquanto em Corumbá foram registrados 23 confirmações de Covid-19 no mesmo período, com decréscimo na semana seguinte.

Para Resende, porém, as regiões que revelam controle sobre a doença não deve permitir relaxamento nas medidas adotadas pelos municípios. “Pelo contrário, as vigilâncias precisam ficar atentas. As cidades que enfrentaram surtos não podem relaxar, porque a doença continua circulando”, concluiu.