A região do Pantanal deve receber um aliado e tanto nos próximos dias para ajudar a combater os incêndios e, quem sabe, amenizar a crise que perdura algumas semanas e já destruiu mais de 1,2 milhão de hectares em 2020. De acordo com o Cemtec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), pancadas de chuvas estão previstas para o sábado (15) na região.

O principal motivo para o retorno das chuvas é a Oscilação Antártica, que está atuando no país e prevê o retorno das chuvas no Centro-Sul. No entanto, nos próximos dias, uma frente fria vinda do sul deve avançar no Brasil e tende a aumentar as áreas de instabilidade e melhorar a umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul.

Porém, essa frente fria poderá causar possibilidades de pancadas de chuvas isoladas, mas com baixo acumulado. A meteorologia espera que as chuvas retornem com maior força a partir do final de semana.

De acordo com o Cemtec, as áreas de instabilidade passarão a ganhar força entre sexta-feira (14) e sábado, data em que as chuvas isoladas podem acontecer nas regiões do sul, sudoeste, pantaneira e central de Mato Grosso do Sul. Mesmo com a possibilidade das chuvas, a temperatura não deve abaixar e a previsão indica máxima de 40° graus em algumas regiões.

Perdas incalculáveis

Os casos de incêndios no Pantanal de Corumbá e Ladário, a 417 quilômetros de Campo Grande, já devastaram cerca de 1,2 milhão de hectares, número que corresponde a uma área 8 vezes maior que a cidade de São Paulo. A Ecoa – Ecologia e Ação, Ong especializada na preservação pantaneira, aponta que as perdas na fauna, flora e de territórios extrativistas ainda são incalculáveis.

Ou seja, ainda não é possível saber a quantidade de animais que morreram por conta das queimadas e nem o tempo necessário para que a flora das áreas pantaneiras se recuperem dos incêndios deste ano.

Preocupação da Unesco

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) emitiu uma manifestação de preocupação com os incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Chamas atingiram áreas de patrimônio mundial de conservação e reserva do planeta.

Em nota, a organização ressalta que as áreas de preservação representam 26,4 milhões de hectares foram designados Reserva da Biosfera, sendo a terceira maior do planeta que abriga diversidade de fauna e flora valiosa, com cerca de 4,7 mil espécies descritas.