Após princípio de pânico por coronavírus em UPA, Sesau orienta como agir em casos suspeitos

A tensão vivida por pacientes que aguardavam atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon na noite da quinta-feira (27), após um paciente com sintomas gripais dar entrada na unidade, mostra que a desinformação e despreparo sobre o novo coronavírus ainda impera entre os campo-grandense. Com base no acontecimento, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) […]

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Foto: Arquivo Midiamax
Foto: Arquivo Midiamax

A tensão vivida por pacientes que aguardavam atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon na noite da quinta-feira (27), após um paciente com sintomas gripais dar entrada na unidade, mostra que a desinformação e despreparo sobre o novo coronavírus ainda impera entre os campo-grandense.

Com base no acontecimento, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontou que a secretaria estuda maneiras para acalmar a população diante do novo coronavírus, o Covid-19. Uma delas será a divulgação diária de um boletim epidemiológico e também da inserção de vídeos educativos nas redes sociais.

Após princípio de pânico por coronavírus em UPA, Sesau orienta como agir em casos suspeitos
Lavar as mãos com frequência é o maior aliado para evitar infecções não só de coronavírus, mas de outras doenças ainda mais graves, como a H1N1 | Foto ilustrativa | Reprodução

Outra estratégia será reforçar que, apesar de ser uma doença nova, a capacidade da Covid-19 levar a morte é muito menor, por exemplo, que o H1N1 e que os sintomas de ambos são semelhantes.

“Não há necessidade alguma de alarde. A ocorrência desses casos suspeitos de coronavírus será normal nas UPA, cada vez mais, como acontece com várias outras doenças, inclusive a H1N1. Acreditamos que caso haja um surto de coronavírus por aqui, vai coincidir com o período de início da influenza (H1N1), que é muito mais grave que coronavírus”, aponta Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau.

“Mas, lembramos que ainda não temos nenhum caso confirmado de coronavírus aqui”, completa.

Prevenção é o caminho

Além de acalmar a população com as informações técnicas sobre o Covid-19, a Sesau também reforça a necessidade de se adotar estratégias básicas de higiene, como lavar as mãos com frequência.

“A gente entende esse temor com uma doença nova, mas o melhor que a população tem a fazer é adotar a prevenção com o asseio frequente das mãos, com sabão, sabonete ou álcool gel, evitar tocar o rosto com as mãos sujas, espirrar ou tossir protegendo o rosto e evitar compartilhar itens de uso pessoal“, destacou ao Jornal Midiamax o titular da Sesau, José Mauro Filho.

O secretário também destaca que pacientes com sintomas gripais, independente de ser influenza ou coronavírus, podem utilizar máscaras, que evitam a dispersão de gotículas de saliva no ar. Ao chegar a uma UPA, os pacientes ou acompanhantes também podem evitar ficar na sala fechada e tentar aguardar ao ar livre.

“Estamos falando de um vírus novo e por isso há temor. Mas, já sabemos que ele vive menos tempo no ambiente no nosso clima e que ele é bem menos letal que os outros vírus respiratórios que temos. Não é preciso alarde, o que precisamos é que as pessoas lavem bem as mãos e sigam as demais recomendações”, conclui o secretário.

Lavar as mãos

No site do Ministério da Saúde, a orientação para evitar a contaminação e também transmissão de infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus, reforça a necessidade de lavar as mãos com frequência com sabonete, por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.

A comunicação também recomenda evitar toques nos olhos, nariz e boca com as mãos sujas e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência. Evitar aglomerações, espaços fechados e contato com pessoas com sintomas gripais também são recomendáveis. É fundamental que, ao espirrar, pessoas protejam o rosto e utilizem lenços descartáveis. É o principal público que deve utilizar máscaras, já que vírus respiratórios costumam ser transmitidos por gotículas de saliva.

Tenho coronavírus?

 

Os sintomas iniciais do novo coronavírus (CoVid-19) são muito semelhantes aos de outras infecções virais respiratórias, como gripes e resfriados. Assim, é comum que pacientes infectados – ou com casos suspeitos e que merecem investigação – apresentem quadros de febre, tosse e dificuldade para respirar, conforme informações do Ministério da Saúde.

Após princípio de pânico por coronavírus em UPA, Sesau orienta como agir em casos suspeitos
Foto: Agência Brasil | Reprodução

Nestes casos avaliados como mais leves, nos quais os pacientes não apresentem outros fatores de gravidade, o tratamento e isolamento pode ser feito até mesmo na própria residência do paciente, quando ele é acompanhado por uma equipe da Atenção Básica do município – as UPA e os postos de saúde (UBS e UBSF).

Porém, a doença pode evoluir para casos graves e causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias, o que pode levar à morte. Nestes casos, mais graves, os pacientes são tratados e isolados em hospitais de referência. Em Mato Grosso do Sul, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) indicou o HU (Hospital Universitário Maria Rosa Pedrossian) como a unidade de referência para estes casos.

Caso suspeito

É por isso que, antes de sair em busca de ajuda médica para tratar o que pode ser uma simples gripe, é necessário saber se a situação se enquadra ou não num casos suspeito. O Ministério da Saúde definiu que há basicamente três situações.

Na primeira, o paciente precisa ter febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar), além de histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

No segundo caso, o paciente precisa apresentar febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar), além de histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

Na terceira situação, o paciente precisa apresentar febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar), além de contato próximo de caso confirmado de coronavírus em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

O Ministério da Saúde também destaque que em alguns casos a febre pode não estar presente, como em crianças menores que 5 anos, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas situações possam ter utilizado medicamento antitérmico. Nestas situações, a avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação.