Após terceira tentativa frustrada de retirar ocupação na Cidade de Deus, a (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) vê articulação política na área, que é destinada ao plantio de árvores. Antes desta semana, segundo a Agência, não haviam barracos no local.

Na manhã desta quarta-feira (29), equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram ao local para concretizar a retirada dos invasores. Houve tumulto e foi necessário o uso de balas de borracha e bomba de efeito moral. A GCM afirma que foi recebida a pedradas pelos moradores.

Já os ocupantes alegam que uma gestante de 4 meses teria sido agredida e uma criança de 3 anos também teria sido atingida por um tiro de bala de borracha. No local, a reportagem encontrou as vítimas. A GCM nega ter agredido a mulher ou atingido a criança.

Durante a confusão, quatro moradores foram detidos e encaminhados para o Cepol (Centro de Policiamento Especializado).

Assim que os guardas civis se retiraram do local, os moradores começaram a reerguer os barracos, afirmando que não vão sair da área.

Ação política

O diretor da Amhasf, Enéas José de Carvalho Neto, afirmou que as tentativas de desocupar a área vão continuar até que os invasores se retirem do local. Então, ele informou que as pessoas detidas ficarão suspensas de concorrerem a uma habitação popular pelos próximos quatro anos.

Ainda conforme Enéas, toda a ação é orquestrada via grupos de WhatsApp numa tentativa de pressionar a prefeitura a reassentar as famílias. “Não vou preterir os cadastrados diante daqueles que querem provocar invasão para forçar a administração”, destacou.

Tentativas frustradas

Na segunda-feira, equipes foram ao local informar aos moradores que deveriam se retirar. Porém, diante da recusa, no dia seguinte os fiscais voltaram com retroescavadeira e derrubaram os barracos. Aos moradores, foi proposto ir a uma escola, para se abrigarem até que fosse encontrado um novo local para eles. A proposta, entretanto, foi recusada.

Ainda na terça-feira, assim que as equipes saíram com as máquinas, as cerca de 150 famílias começaram a reerguer os barracos.