Agentes que atuam no resgate de animais no Pantanal sugerem ‘Samu silvestre’

Em uma audiência virtual marcada por relatos emocionados dos profissionais que estão resgatando e cuidando de animais atingidos pelo fogo no Pantanal, os deputados da Comissão Externa da Câmara que acompanha as ações relacionadas ao combate às queimadas ouviram nesta sexta-feira (9) sugestões simples, mas efetivas, como a criação de um “Samu silvestre”. Cristina Adania, […]
| 10/10/2020
- 03:38
Agentes que atuam no resgate de animais no Pantanal sugerem ‘Samu silvestre’
Área próxima à Reserva Particular de Patrimônio Natural Morro do Azeite, em MS. (Foto:: CBMMT) - Área próxima à Reserva Particular de Patrimônio Natural Morro do Azeite, em MS. (Foto:: CBMM

Em uma audiência virtual marcada por relatos emocionados dos profissionais que estão resgatando e cuidando de animais atingidos pelo fogo no Pantanal, os deputados da Comissão Externa da Câmara que acompanha as ações relacionadas ao combate às queimadas ouviram nesta sexta-feira (9) sugestões simples, mas efetivas, como a criação de um “Samu silvestre”.

Cristina Adania, da equipe da Associação Mata Ciliar no Pantanal, voluntária que saiu de para resgatar animais em Mato Grosso, teve dificuldade para completar a fala ao narrar um pouco do que viu. “Varas de queixada (porco-do-mato) que fogem de um lado e sabem por onde ir porque tem um tanque, tentam fugir, mas são queimadas ou intoxicadas”, lamentou.

Ela também citou o caso de uma encontrada morta por um barqueiro. “Num local completamente incendiado, mas ela estava íntegra. Ela estava tentando escapar, mas a intoxicação é muito grande”, relatou.

 

Cristina foi uma das pessoas que sugeriu o uso de ambulatórios móveis para facilitar o trabalho de dos animais por conta das distâncias que precisam ser percorridas na região. Ela também defendeu a aquisição de outros carros para transporte adequado dos animais em caixas de contenção. “O número de animais mortos foi muito grande. E aí fica: o que que nós vamos fazer na prática em relação ao salvamento?”, indagou.

Para o secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso, coronel Paulo Barroso, é preciso ter estruturas permanentes de apoio como brigadas nas propriedades rurais, principalmente nas que circundam áreas de preservação; “samus silvestres” terrestres e embarcados; e, sobretudo, dinheiro.

Ele disse que participa de um grupo dos corpos de bombeiros militares que já elaborou um modelo de sistema de proteção contra incêndios florestais para a Amazônia Legal e está elaborando um para o Pantanal. Segundo Paulo Barroso, o já teria mostrado interesse no sistema que custaria R$ 1,6 bilhão em 5 anos no caso da Amazônia.

 

No Mato Grosso, a equipe do coronel conseguiu distribuir 65 toneladas de alimentos para os animais e resgatar 128 vítimas. Mas ele lembrou que o Pantanal tem 195 mil quilômetros quadrados e a atenção tem sido prestada onde os voluntários conseguem acessar, cerca de 58 quilômetros quadrados. “Isso corresponde a 0,29% de tudo o que está queimando até agora. Então tudo isso que a gente está fazendo é quase nada em relação ao todo.”

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