O Carnaval de rua da Capital não recebeu incentivo financeiro por parte do Governo do Estado ou da Prefeitura de Campo Grande, mesmo assim, o bloco mais tradicional da Capital – o Cordão Valu – acaba de sair pelas ruas da cidade, na tarde deste sábado (2), abrindo o carnaval de rua que há 13 anos dá vida ao Complexo Ferroviário, sustentado pelas próprias pernas e braços dos envolvidos.
O apoio que vem da Prefeitura de Campo Grande (por meio da Sectur, Sesau, Agetran, Semadur, Guarda Civil) e do governo do Estado (por meio da Fundação de Cultura e Polícia Militar) é institucional, com o fornecimento de parte da infraestrutura – tais como banheiros químicos, apoio logístico da Agetran, Polícia Militar, dentre outros.

Segundo os organizadores do bloco, Silvana Valu e Jefferson Contar, os apoios são fundamentais, mas insuficientes para colocar o bloco na rua, literalmente. Para isso, os organizadores arregaçaram as mangas e, a partir de do lucro obtido em pré-carnavais, custearam a melhoria da segurança e a contratação de bandas para animar a população, dentre outros itens.
Mas, neste ano o Cordão Valu conta com uma infraestrutura otimizada, muito melhor do que a de 2018, “tudo isso com as mãos de quem participa do bloco e sem apoio”, segundo relata Silvana: além da segurança e dos músicos, a novidade este ano na Valu também está no comercio do local.
O grupo fez um cadastramento de comerciantes para vender durante o bloco e parte dos lucros será revertido para o custeio das despesas com o bloco – uma forma de garantir a manutenção da festa popular.
Um desses comerciantes é Rui Pereira, que mora em Presidente Prudente (SP), mas veio faturar em Campo Grande. O comerciante tem uma barraca de drinks e conta que trabalha há 32 anos com preparo de bebidas. “Eu ia para Corumbá. Mas, no meio do caminho, conheci a Silvana Valu e me encantei com a proposta dela para o Carnaval. Daí decidi apostar em Campo Grande este ano”, contou o paulista.
Já Maria Antônia Fernandes, que trabalha há 30 anos com alimentação em eventos e tem uma barraca que vende pastel, salgado, churros, com preços que variam de R$ 6 a R$ 8, contou que sua empresa gera 11 empregos diretos. “A gente espera faturar no mínimo R$ 10 mil durante todo o Carnaval. Empresas como essa geram renda e movimentam a economia, Carnaval traz dinheiro para a cidade, sim”.
Começo do cortejo
A chuva que caiu 30 minutos antes de iniciar a folia no Cordão Valu não espantou a alegria dos foliões campo-grandenses e o cortejo teve início às 16h20, com previsão de durar 1h30.
No trajeto, os foliões sobem a avenida Calógeras até rua Antônio Maria Coelho, depois sobem a rua 14 de Julho e voltam pela rua General Melo até chegar novamente a Esplanada Ferroviária.
Este ano o Cordão Valu sai às ruas de Campo Grande com uma homenagem ao bloco de Salvador (BA) chamado Filhos de Gandhy. A festa segue até às 22h e retorna à Esplanada na terça-feira (5), a partir das 14h.
* Matéria alterada às 18h para correção e acréscimo de informações.