Era para ser uma alternativa de transporte aos ônibus demorados da Capital, mas uma bicicleta elétrica acabou se tornando o pesadelo de uma estudante e causou confusão no condomínio onde mora. Por conta da bike, a acadêmica já recebeu até bilhetes ameaçadores.

Hellen Bispo é uma estudante de 19 anos que veio de Aquidauana a Campo Grande para cursar enfermagem. Para conseguir estudar e trabalhar, a bicicleta foi uma alternativa para se locomover na Capital. “Eu saio muito cedo de casa e trabalho até tarde, então de ônibus chego em casa após a meia noite. Com a bicicleta, consigo chegar às 22h30, era perfeita para o meu dia a dia”, conta.

Ela conta que a bike foi resultado da economia dos pais e era a única alternativa, já que ela ainda não possuía CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para ter um carro. Como a bicicleta é pesada para subir as escadas, a estudante combinou com o síndico do condomínio em deixá-la carregando na tomada da área de lazer do condomínio, o que causou revolta nos moradores.

“Começaram a reclamar, falavam que eu estava usando o dinheiro deles, só que eu pago condomínio como todo mundo e são R$ 200”, afirma a estudante. Com a reclamação, Hellen afirma que a situação começou a ficar grave, até que passou a receber bilhetes com ofensas, como ‘caloteira’ e ‘porca gorda’.

“Eu considero os bilhetes uma ameaça, eu moro sozinha. Até meus pais já vieram aqui para tentar resolver, conversaram com o síndico. Não teve jeito, acabei proibida de usar a tomada por causa da revolta dos vizinhos”, conta.

Hellen explica que nas regras do condomínio não há nenhuma proibição, já que as tomadas são de uso dos moradores. Há duas semanas, a estudante desistiu da bicicleta e até tentou vendê-la, já que era só colocá-la para carregar, que algum vizinho aparecia para desligar.

A estudante conta que procurou o Jornal Midiamax para fazer o apelo e como uma forma de sensibilizar os condôminos, que são irredutíveis ao uso da tomada. “O fabricante diz que se eu carregar ela todos os dias, ela gasta no máximo R$ 15 de energia. O carregamento leva mais ou menos 5 horas e ela tem 48 volts, não gasta quase nada”, lamenta.

Sem ter o que fazer com a bike, Hellen conta que deixa o meio de transporte no trabalho enquanto o caso segue sem resolução. O Jornal Midiamax procurou a advogada do condomínio localizado no bairro Pioneiros, mas foi informado que o assunto é interno e não há posicionamento.