Conselho de Enfermagem teme incitação de violência contra servidores nas UPAs

O presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Sebastião Junior Henrique Duarte, visitou no fim da manhã desta quarta-feira (13), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, onde um técnico de enfermagem ficou ferido após ser atacado, na noite da terça-feira (12), pela acompanhante de um paciente. Durante a […]

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O presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Sebastião Junior Henrique Duarte, visitou no fim da manhã desta quarta-feira (13), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, onde um técnico de enfermagem ficou ferido após ser atacado, na noite da terça-feira (12), pela acompanhante de um paciente.

Conselho de Enfermagem teme incitação de violência contra servidores nas UPAs
O presidente do Coren-MS, Sebastião Junior (Foto: Marcos Ermínio | Arquivo Midiamax)

Durante a visita, segundo o presidente do conselho, servidores relataram que os fiscais indicados pela Prefeitura seriam responsáveis por conflitos ocorridos entre a população e profissionais de saúde.

“Se isso estiver acontecendo, é uma forma de assédio contra os servidores, o que evidencia um descontrole de gestão. Lamentamos essa situação, mas trata-se de um problema de ordem administrativa, gerencial. É um descaso com os profissionais de saúde, que são patrimônio do povo e têm que ser bem tratados, inclusive pelo prefeito”, destaca Sebastião Junior.

Além de se informar sobre a agressão sofrida pelo técnico de enfermagem, o Coren-MS também identificou problemas que podem estar relacionados com lentidão nos atendimentos.

Conselho de Enfermagem teme incitação de violência contra servidores nas UPAs
Mãe de um paciente quebrou um vidro na UPA Coronel Antonino e um enfermeiro ficou ferido (Foto: WhatsApp | Midiamax)

“Há uma questão de precariedade nos recursos humanos. O número de enfermeiros, por exemplo, está desproporcional ao número de médicos naquela unidade. Isso gera sobrecarga e lentidão e parte da população não entende isso. E por isso, esses episódios de violência são cada vez mais frequentes”, aponta.

De acordo com o Coren-MS, profissionais tem sido orientados para que continuem na prestação dos serviços com autonomia que é prerrogativa da profissão.

“Estamos orientando os enfermeiros para que eles sigam cumprindo o papel de especialistas. O procedimento e a conduta deles não muda, mesmo com a presença destes fiscais, que segundo relatos, querem interferir na ordem dos atendimentos dentro da urgência e emergência. O fiscal não tem conhecimento de como isso funciona e gera os conflitos. Acho que a responsabilidade de fato é do prefeito, porque o profissional de saúde fez o trabalho dele até onde ele podia”, completa.

Ainda de acordo com o Coren-MS, a sobrecarga também tem sido observada nos postos de saúde que estão com horário diferenciado. Nesta quarta-feira (13), 32 unidades já funcionam em regime especial.

“Não houve planejamento para essa mudança de horário e isso pode gerar mais conflitos. A reclamação mais comum é que, muitas vezes, a população procura o atendimento e o médico da equipe não está mais lá, porque ele passou a atuar num horário diferenciado do habitual”, conclui.

“Mais paciência”

Nesta manhã, a Sesau (Secretária Municipal de Saúde) formalizou à imprensa que lançará uma nota de repúdio sobre o ocorrido e pede “mais paciência” para a população por conta do alto crescimento nos atendimentos nas unidades.

“Lamentamos o ocorrido e repudiamos essas agressões a esses servidores. Há um crescente nas demandas dessas unidades, a gente acha que isso é cumulativo essa questão do tempo de espera, um pouco dos pacientes estarem estressados e tudo isso culmina nessas situações mais graves”, disse a assessoria.

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