Mostra do IFMS incentiva pesquisas sobre o cotidiano estudantil

IFMS Enfrentar a depressão, a baixa autoestima, o sedentarismo, melhorar o rendimento escolar, discutir questões sobre sexualidade, gênero, discriminação e saúde. Os temas são variados, mas o objetivo principal dos projetos de pesquisa apresentados na Mostra de Trabalhos, Tecnologias e Inovações Científicas da Educação Física (Moticef) do Campus Campo Grande é refletir sobre o c…

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Enfrentar a depressão, a baixa autoestima, o sedentarismo, melhorar o rendimento escolar, discutir questões sobre sexualidade, gênero, discriminação e saúde. Os temas são variados, mas o objetivo principal dos projetos de pesquisa apresentados na Mostra de Trabalhos, Tecnologias e Inovações Científicas da Educação Física (Moticef) do Campus Campo Grande é refletir sobre o cotidiano vivenciado no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).

Organizada pelos professores de Educação Física do campus, a quinta edição do evento – realizada nessa terça-feira, 12 – reuniu 82 trabalhos e envolveu 400 estudantes.

As pesquisas são elaboradas por alunos do 3º e 4º semestres dos cursos técnicos integrados em Mecânica, Eletrotécnica e Informática. Os avaliadores também são estudantes, mas dos semestres iniciais.

“Todos são orientados a procurar soluções para os problemas mais significativos do ambiente em que estão inseridos”, explica o professor Robson Félix, um dos organizadores do evento.

“Eles aprimoram a percepção sobre o que é pesquisa científica e como é estar inserido no processo. Os veteranos têm a oportunidade de mostrar o trabalho e os avaliadores conseguem já pensar o que apresentarão nas próximas feiras. Todos são orientados a procurar soluções para os problemas mais significativos do ambiente em que estão inseridos”, explica o professor Robson Félix, um dos organizadores do evento.

Na mostra não há premiação. Os trabalhos são avaliados e recebem um feedback sobre o que podem melhorar. Todos recebem um certificado de participação. A ideia, segundo Félix, é despertar nos estudantes a vontade de pesquisar e a percepção de que o mais importante é a aquisição de conhecimento e não a competição por prêmios.

Projetos – Alguns trabalhos trazem à tona o que pode ser melhorado no IFMS, na visão dos estudantes. Um exemplo é o projeto “Análise da Preparação e Execução de um Projeto de Futsal Feminino Escolar: desafios e oportunidades”, elaborado pelas alunas do técnico em Informática Sara Silva e Vitória Pires.

“Nossos treinos são oferecidos por monitores, que também são estudantes, e muitos acham que estamos lá apenas para passar o tempo ou paquerar. É machista focar só nos meninos. Nós temos interesse em treinar de verdade, queremos evoluir e montar um time”, explica Vitória.

Fãs de futebol, as duas observaram o comportamento dos estudantes com relação à participação das meninas no futsal, identificando a priorização de equipes masculinas nas aulas e treinamentos. O resultado são reflexões importantes para o combate à discriminação de gênero e o fortalecimento das equipes femininas na instituição.

Outro assunto recorrente nos projetos é a busca da identificação de problemas de autoestima, com a proposição de soluções para amparar os estudantes.

Com o trabalho “Como a baixa autoestima afeta a vida acadêmica”, os estudantes de Mecânica, Izabel Celestino, Ingrid Alem e Gabriel dos Santos, identificaram que o problema é comum entre os alunos do IFMS. Segundo os autores, a sociedade atual valoriza a imagem construída nos meios digitais (redes sociais, por exemplo), criando estereótipos que dificilmente podem ser seguidos na vida real.

“Com o nosso trabalho esperamos que as pessoas tenham mais conhecimento sobre o assunto e possam desenvolver projetos que ajudem e amparem quem tem baixa autoestima”, explica Izabel.

Por meio do projeto “Autoestima: uma proposta de intervenção por meio da dança”, as estudantes Ana Moto e Jéssica Ribeiro, do curso técnico em Mecânica, buscaram dar uma solução para o problema. Elas realizaram oficinas de dança, em ambientes seguros (sem câmeras gravando ou pessoas olhando) para estudantes com baixa autoestima, e mensuraram os sentimentos dos participantes em relação a si mesmos antes e depois das oficinas.

“Criamos um ambiente seguro para que as pessoas pudessem se expressar por meio da dança. Elas começavam tímidas e depois se soltavam”, explicou Ana. “E 67% dos participantes disseram sentir uma diferença positiva sobre a autoestima após as oficinas”, complementou Jéssica.

Outro projeto baseado no estudo da realidade do campus buscou entender o conhecimento da comunidade acadêmica sobre primeiros socorros. A ideia dos estudantes João Brito Felix e Natália Soares, do curso técnico em Mecânica, surgiu depois que eles testemunharam um acidente no qual um professor se machucou.

“A enfermaria está em um bloco e o acidente aconteceu em outro. Se fosse um caso mais grave, haveria risco de vida pelo tempo de socorro. Por isso, decidimos pesquisar o conhecimento das pessoas sobre primeiros socorros. A partir dos resultados, vamos propor que estudantes e servidores sejam treinados para atender emergências”, detalhou João.

É realizado anualmente e abrange, além de trabalhos sobre Educação Física, temas que envolvem saúde, dança, música, alimentação, rendimento escolar e outros de interesse da comunidade acadêmica.

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