As ECV (Empresas Credenciadas de Vistoria) Focar e Contato seguem funcionando normalmente nesta sexta-feira (28), um dia após a publicação da portaria que suspende as atividades das empresas, cautelarmente, pelo prazo de 90 dias.

Na manhã da sexta-feira (28), diversos veículos efetuaram o serviço de vistoria veicular sem dificuldades. A reportagem buscou contato com as unidades, mas após a identificação do repórter, as ligações foram desligadas, no caso da Focar; ou as ligações não foram atendidas, no caso da Contato.

Porém, de acordo com o apurado pelo Jornal Midiamax, as empresas aguardariam, desde às 8h da manhã, a notificação que informa as empresas da suspensão cautelar, feita pelo (Departamento Estadual de Trânsito). O Jornal Midiamax questionou a assessoria do órgão de trânsito sobre o prazo de notificação e aguarda resposta.

Recomendação do MPMS

As empresas suspensas são investigadas pelo MPMS (Ministério Público Estadual) por suspeita de usarem laranjas e pelo crime de lavagem de dinheiro. A suspensão, assinada pelo diretor-presidente do Detran-MS, Luiz Carlos da Rocha Lima, interrompe o funcionamento das por 90 dias e ocorre após recomendação do MPMS comunicada em maio. O caso também é apurado pela corregedoria do órgão de trânsito, após o MPMS enviar documentos que apontam os indícios de crimes.

As empresas suspensas começaram a ser investigadas pelo MPMS a partir do Procedimento Investigatório Criminal que tramita na 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital.

No procedimento, a Promotoria apura a ocorrência dos crimes de lavagem de capitais, falsidade ideológica e delitos correlatos em um esquema criminoso que utilizaria terceiros como “laranjas” no quadro societário de ECVs, com a finalidade de obter o credenciamento fraudulento destas empresas junto ao Detran-MS.

Operação Vistoria

No último dia 10 de abril, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas ECVs, em uma garagem de revenda de veículos e nas residências de Geraldo Souza e de Nelson Gonçalves Lemes, dentro da Operação Vistoria.

O inquérito do MPMS encontrou também evidências de que Lemes, ex-diretor de Registro e Controle de Veículos do Detran-MS, seria o verdadeiro proprietário da empresa Veiculares Eireli, empresa flagrada pelo Jornal Midiamax em fraude na vistoria de veículos.

No caso, o proprietário da empresa “no papel”, Antônio Gregório, seria “laranja” de Nelson. A suspeita já havia sido assunto de reportagem, e a empresa, obviamente, negou.

Além do ex-diretor, o MPMS teria encontrado fortes indícios de que Geraldo Souza seria o real proprietário da Contato Vistoria Automotiva, na Avenida Bandeirantes, também em . Ele seria dono de empresa de garagem de revenda veicular localizada na mesma via, e que estaria em nome de sua filha.