Mais um: ônibus do Consórcio Guaicurus ‘quebra’ e passageiros terminam trajeto a pé
As mulheres se manifestaram no Terminal Morenão no feriado contra os problemas no transporte coletivo de Campo Grande, mas outra semana começa e os transtornos continuam para os usuários. Na manhã desta segunda-feira (18) mais um ônibus deixou os passageiros na mão. O veículo apresentou defeito e os usuários seguiram a pé até o terminal […]
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As mulheres se manifestaram no Terminal Morenão no feriado contra os problemas no transporte coletivo de Campo Grande, mas outra semana começa e os transtornos continuam para os usuários. Na manhã desta segunda-feira (18) mais um ônibus deixou os passageiros na mão. O veículo apresentou defeito e os usuários seguiram a pé até o terminal mais próximo.
O ônibus era da linha 237 (Oscar Salazar-Terminal Nova Bahia) e apresentou defeito nas proximidades do Terminal Nova Bahia. A doméstica Cleonice Arosco, de 42 anos, conta que estava no veículo e que o motorista não explicou qual foi o problema.
“A gente estava perto do Terminal, quando o motorista desceu e não avisou o que tinha quebrado. Todo mundo desceu e fomos andando até o Terminal”, conta.
Cleonice diz que problemas como este são corriqueiros nos veículos do Consórcio Guaicurus. Ela diz que gostaria de se manifestar, assim como fizeram as mulheres no Terminal Morenão, mas tem medo.
“A gente fica sem saber o que fazer, temos medo de fazer protesto também. Vimos o que aconteceu no Morenão e por mais que seja uma manifestação pela melhora do coletivo, foram recebidos com spray de pimenta. E agora fazemos o que? Deixamos como está?”, questiona.
Um outro leitor do Jornal Midiamax percebeu problemas no ônibus na manhã desta segunda-feira (18). Segundo ele, o veículo da linha 089 (Guaicurus Expresso) estava com a porta quase caindo. “Este é o nosso transporte público de qualidade”, ironizou. Também nesta segunda (18), um outro ônibus teve problema e parou na avenida Júlio de Castilho, por volta das 7h30.
Protesto de mulheres no Morenão
A falta de ônibus das linhas 070 e 072 foi a gota d’água para trabalhadores que precisavam trabalhar no feriado de sexta-feira (15) em Campo Grande. Em sua maioria mulheres que trabalham como domésticas e diaristas, as manifestantes fecharam a saída dos ônibus do terminal. A manifestação não foi recebida pacificamente: a Guarda Municipal chegou a apontar armas e utilizar spray de pimenta para liberar o trânsito dos veículos no local. No domingo (17), a Secretaria de Segurança anunciou que os guardas envolvidos na ação serão afastados.
Diante do protesto, o Consórcio Guaicurus afirmou que o imprevisto aconteceu porque a movimentação do feriado os pegou de surpresa. Em conversa com o Jornal Midiamax, o diretor da empresa disse que o fato do comércio da Capital abrir normalmente neste feriado de Proclamação da República fez com que ocorrido acontecesse.
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), afirmou nesta segunda-feira (18) ao Jornal Midiamax que vai multar o Consórcio Guaicurus. O chefe do Executivo municipal admitiu que houve excesso na conduta dos guardas municipais, já afastados das ruas para apuração interna.
Frota vencida
Reportagem do Jornal Midianmax no primeiro semestre mostrou que a vida útil de alguns ônibus terminou há pelo menos um ano, como por exemplo, veículos da frota de 2007 que possuem 15 carros em circulação e outros 32 modelos do ano de 2008. Neste ano, mais 81 carros atingiriam o prazo máximo de validade e precisariam ser trocados, totalizando 128 ônibus que deveriam sair de circulação para a entrada de novos veículos.
Com isso, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) deu prazo para que o Consórcio renovasse a frota, sob ameaça de multa. São 55 novos ônibus comprados pela empresa, mas a novidade veio com um elemento surpresa: parte deles será de micro-ônibus.
20 dos 55 novos ônibus foram entregues em outubro. Marquinhos Trad informou que os polêmicos 15 micro-ônibus que chegarão à Capital tem compra prevista no contrato e ainda não tem definição de quais linhas do transporte público vão trafegar. João Rezende, diretor do Consórcio, também comentou que a compra dos veículos é um “mal necessário” pois existem ruas da cidade que não comportam os veículos maiores.
Na semana passada, uma nova remessa chegou e nenhum dos veículos novos são ônibus com padrão normal e sim, veículos “curtos” com capacidade menor de carregamento de passageiros. De acordo com a apuração do Jornal Midiamax, estes carros devem operar em linhas de pequena e média demanda.
O ônibus curto possui 11,8 metros e tem 30 assentos disponíveis – 28 para passageiros e dois assentos auxiliares que entre os espaços dos cadeirantes. O tamanho é menor do que os ônibus que circulam pelas linhas com maiores demandas.
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