Lojistas são contra condomínio popular em hotel no centro de Campo Grande
Desde que foi anunciada a transformação do Hotel Campo Grande em um condomínio popular no centro da cidade, o tema da moradia tem sido alvo de polêmicas.
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Desde que foi anunciada a transformação do Hotel Campo Grande em um condomínio popular no centro da cidade, o tema da moradia tem sido alvo de polêmicas. O projeto até chegou a ser chamado de ‘favelão vertical’. Nesta quarta-feira (21), a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) se posicionou contra a ideia e diz que é preciso planejamento.
A entidade ressalta que defende o retorno dos moradores ao centro, mas não da maneira apresentada. “É preciso que seja feito com planejamento, garantindo bem-estar e qualidade de vida e não simplesmente jogando famílias em um lugar sem qualquer infraestrutura para uma habitação saudável e digna”, diz a CDL.
Em nota, os lojistas apontam que, para abrigar pessoas, o prédio precisa de uma reforma que seria ‘cara demais’. A CDL afirma que um levantamento aponta que a reforma custaria R$ 25 milhões e o imóvel estaria estimado em R$ 25 milhões, resultando em um total de R$ 54 milhões. Segundo os cálculos dos lojistas, considerando estes valores, cada moradia deve custar R$ 245 mil.
“Uma moradia popular, com infraestrutura básica de sala, dois quartos, banheiro e cozinha custa em torno de R$ 45 mil, apenas 18% do valor necessário para jogar famílias inteiras confinadas num dos quartos do antigo hotel”.
Já de acordo com dados da Prefeitura, a proposta prevê a reestruturação do antigo hotel para 117 unidades habitacionais. Para que a ideia saia do papel, é preciso liberação de pelo menos R$ 38 milhões – R$ 13 milhões estimados para a desapropriação e R$ 25 milhões para reforma e adequações.
A CDL finaliza dizendo que espera que a administração municipal promova um amplo debate sobre o assunto. “Ouvindo a população, empresários, entidades e instituições, para que a decisão seja tomada pelo bem das pessoas, sem populismo, ou intenções especulativas”, diz.
Condomínio popular: proposta para ocupar o Centro
No projeto, o condomínio popular não deve contar com vagas de garagem e deve dispor de um recurso chamado fachada ativa, que é quando os primeiros pavimentos tem utilização comercial ou institucional. A ideia é que no térreo haja uma base da Guarda Civil Metropolitana no primeiro pavimento, e possivelmente uma unidade da Emha (Agência Municipal de Habitação) no térreo.
A obra tem outros diferenciais, como recursos de vedação solar feitos com chapas de ferro e grafismos que devem presentear o Centro com um grande mosaico do poeta Manoel de Barros. “Menino do Mato”, a propósito, é uma obra do poeta. E cada andar trará referências a poemas de Barros.
Segundo o diretor de Habitação e Programas Urbanos da Emha, Gabriel Gonçalves, o projeto prevê a reforma dos antigos quartos de hotel em apartamentos de pequena dimensão. E isso tem um propósito: “Acreditamos que desta forma iremos atrair uma população mais jovem, que faz parte da equação de ocupação do Centro. A vida noturna, por exemplo, pode ser fomentada”, detalha.
Favelão vertical?
Apesar de parecer do projeto do condomínio popular agradar alguns campo-grandenses, há quem seja contrário e esteja planejando um abaixo assinado para expressar o desconforto com o projeto. Os moradores dos prédios da região são completamente contrários, chegando a chamar o projeto de “favelão vertical”, afirmando que a proposta aumentará ainda mais o descaso vivido no centrão de Campo Grande.
“Nós moradores e comerciantes dos edifícios Rachid Neder, Dona Neta e Arnaldo Serra somos extremamente contrários a esse favelão vertical. O descaso no Centro já é grande. Não adianta falar em segurança, porque não dura dois meses, e ai abandonam a gente outra vez”, disse um representante dos moradores.
(Colaboraram Guilherme Cavalcante e Ana Paula Chuva)
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