Fora do aeroporto da Capital após décadas, taxistas reclamam de nova rotina

Revolta é a definição de sentimento para os taxistas que perderam o ponto dentro do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Os carros de táxi agora ficam na Avenida Duque de Caxias, sem nenhuma sombra e os motoristas não têm lugares para sentar, nem água e banheiro próximo. A mudança aconteceu porque nova empresa venceu licitação […]

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Foto: Leonardo de França
Foto: Leonardo de França

Revolta é a definição de sentimento para os taxistas que perderam o ponto dentro do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Os carros de táxi agora ficam na Avenida Duque de Caxias, sem nenhuma sombra e os motoristas não têm lugares para sentar, nem água e banheiro próximo. A mudança aconteceu porque nova empresa venceu licitação e começou a operar no espaço desde o domingo (1º).

Mais da metade dos motoristas desse ponto são idosos e essa mudança de local mexeu com todos. Este espaço que era destinado aos taxistas é o único que não pertence à prefeitura e era cedido por meio de um contrato com a Infraero. Após desinteresse na licitação da nova contratação, os taxistas tiveram que deixar o local.

Gerson Lemes de Prado, de 66 anos, trabalha como taxista no aeroporto há 30 anos. Ele considera a nova realidade como ‘humilhante’. “São muitos carros em baixo do sol, não temos uma cobertura. Nossos carros são limpos, novos, com ar condicionado, exigem uso de uniforme padrão, mas para que tudo isso se não estamos sendo bem representados? O poder público não olhou para nós, não foi culpa nossa e sim um descaso do executivo e do sindicato”, afirmou.

Os motoristas alegam que pagavam uma mensalidade no valor de R$ 6,5 mil para uso do ponto e ainda uma taxa de solo anual. “Agora tem só um ponto lá dentro para os mais de 40 taxistas revezarem. Vamos continuar pagando esses valores sem ter espaço apropriado? E outra, quando chove, não dá nem para enxergar se o espaço liberou. É difícil parar em outro local, fomos literalmente colocados na rua”, disse um taxista que não quis se identificar.

Fora do aeroporto da Capital após décadas, taxistas reclamam de nova rotina
Foto: Leonardo de França, Midiamax

A Rodar Serviços de Táxi e Transportes Personalizados começou a atender no Aeroporto Internacional de Campo Grande neste domingo (1°). Para muitos que chegam de viagem, a mudança foi boa. Rita Carolina, de 27 anos, e Rodrigo Tadashi, 24 anos, relatam que para eles é muito melhor e mais econômico o modelo de transporte sem táxis.

“Sempre usamos aplicativo para pegar carona. Achei bacana o aeroporto aderir a um novo tipo de serviço de locomoção, pois sai mais barato para o nosso bolso. O preço dos Taxis são muito altos”, afirma Rita.

Licitação

A Rodar foi vencedora de processo licitatório aberto pela Infraero, do qual taxistas que ocupavam o ponto na área externa não tiveram interesse em participar, conforme o sindicato da categoria.

A Infraero aponta, ainda, que os taxistas terão uma vaga fixa no terminal e, por isso, demais operações serão realocadas, também nas imediações do desembarque. “Amarelinhos” estarão à disposição dos passageiros para orientações.

Segundo a Infraero, o processo foi divulgado em maio e a abertura da disputa pelos interessados ocorreu em junho, em modalidade eletrônica realizada pelo Banco do Brasil. O contrato prevê que o novo serviço seja oferecido pelos próximos cinco anos.

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