Esperando renúncia de Evo, bolivianos mantêm fronteira fechada com Corumbá
Com regras um pouco mais rígidas, a fronteira da Bolívia com Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, permanece fechada e líderes políticos aguardam entrega da carta de renúncia do presidente Evo Morales. Ao todo são 17 dias, até esta sexta-feira (8), de protestos na região e o tráfego de veículos agora está completamente proibido. […]
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Com regras um pouco mais rígidas, a fronteira da Bolívia com Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, permanece fechada e líderes políticos aguardam entrega da carta de renúncia do presidente Evo Morales. Ao todo são 17 dias, até esta sexta-feira (8), de protestos na região e o tráfego de veículos agora está completamente proibido.
De acordo com o site Diário Corumbaense, chove na região, mas nem isso intimidou os manifestantes que agora intensificam mais a mobilização. “Mesmo com a fronteira fechada estávamos deixando alguns carros passar. Agora não mais. Somente será permitida a passagem de ambulâncias e casos de extrema urgência. Os pedestres continuam com acesso livre”, destacou Rosário Hurtado de Gallardo, presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro.
Ela ainda destacou que a fronteira seguirá fechada até que os Comitês Civicos que estão na cidade de La Paz enviem respostas para a entrega da carta de renúncia do presidente Evo Morales.
Conforme apurou o Diário Corumbaense, o comércio na região permanece aberto até o meio-dia e só na região de Puerto Quijarro a Roboré, são sete pontos de bloqueios na estrada Bioceânica. Em algumas áreas, os manifestantes colocaram montes de terras e pneus para impedir o tráfego de veículos tanto de passeio como do transporte pesado.
As viagens de ônibus também seguem suspensas e os terminais rodoviários de Puerto Quijarro e Puerto Suárez estão fechados.
Em algumas cidades o clima de tensão gerou conflitos entre os manifestantes favoráveis e os contrários a Evo, eleito para o quarto mandato no dia 20 de outubro. Para os bolivianos da oposição houve fraude no processo de apuração dos votos e eles querem nova eleição, além da renúncia do presidente.
Renúncia
Na próxima segunda-feira (11), o presidente do Comitê Civico de Santa Cruz de La Sierra, Luis Fernando Camacho, deve entregar ao presidente Evo Morales a carta de renúncia.
Luis Fernando afirmou ainda que não voltará para Santa Cruz de La Sierra até que a Bolívia seja livre. “Até que tenhamos um novo horizonte, esperança e liberdade para o nosso país”, declarou Camacho durante encontro com lideranças políticas em La Paz.
Para o presidente Evo Morales, o voto do povo está sendo desconhecido. “Antes, como eles olhavam para nós? Como eles nos tratavam? Com humilhação, opressão, discriminação contra o movimento indígena. Não apenas na colônia, mas na República e durante o modelo neoliberal. Havia um estado de impostores, com certeza eles sonham que vamos sair. Não é sobre Evo, mas é sobre o povo e este povo não vai sair”, disse o presidente boliviano.
R$ 5 milhões em prejuízo
O comércio de Corumbá está sendo afetado diretamente pelos protestos. A cidade que faz fronteira com Arroyo Concepcion, Puerto Quijarro e Puerto Suárez recebe muitos bolivianos que ajudam a movimentar as vendas, mas o prejuízo com os protestos está só aumentando.
Segundo a Acic (Associação Comercial e Industrial de Corumbá), o prejuízo diário tem girado em torno de R$ 300 mil, principalmente nos setores de vestuário, calçados e alimentos.
Ao todo, nos 17 dias de protestos, Lourival Vieira da Costa, presidente da Acic, informou que já são quase R$ 5 milhões de prejuízos no comércio do lado brasileiro. “Fora o comércio, outro setor que também está parado é o das transportadoras. São mais de 40 aqui em Corumbá. São motoristas, funcionários e os próprios caminhoneiros que ficam parados devido a essa situação do lado boliviano”, disse Lourival.
Já para o lado boliviano a estimativa é de 60% de prejuízos na Provincia German Busch e de 80% para o país, de acordo com o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira, que ressaltou que na fronteira com Corumbá passam 35% do fluxo da economia boliviana
Com informações do jornal El Deber.
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